O que arde em Portugal é sobretudo propriedade privada abandonada

O presidente da Liga para a Proteção da Natureza, ouvido pela Antena 1, afirma que o que arde em Portugal é sobretudo propriedade privada que está ao abandono, sem que se saiba quem são os proprietários ou herdeiros.

Antena 1 /

Foto: João Santos Costa - RTP

Pedro Bingre do Amaral, sublinha que a percentagem de floresta nas mãos do Estado é absolutamente diminuta.

Para o especialista e professor na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra é fundamental o regresso dos serviços florestais.

Pedro Bingre do Amaral insiste que o estado tem de voltar a ser proativo na gestão da floresta. Ao mesmo tempo é preciso responsabilizar e incentivar os privados a cultivar os terrenos.

Os dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas indicam que já arderam quase 234 mil hectares, em espaços rurais.

O INCF informa também que 46 por cento desta área corresponde a floresta, 41% a mato e 13% a área ardida em agricultura.

O presidente da Liga para a Proteção da Natureza explica que as frentes dos incêndios das últimas semanas são impossíveis de combater. Até porque o miolo da floresta continua povoado por autênticas acendalhas das chamas, que depois avançam em quilómetros e quilómetros de extensão.

São também muitas as serras que têm ardido: Lousã, Gardunha, Serra da Estrela.

O académico e especialista em gestão florestal sublinha que os impactos ao nível da vegetação vão ser dramáticos.

Pedro Bingre do Amaral diz que aquilo que regenerar das cinzas, vai no futuro alimentar ainda mais o fogo, para além do impacto ao nível das espécies de montanha.


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