Oito casas destruídas em Oleiros, várias aldeias evacuadas

Oito casas de primeira habitação foram esta quinta-feira destruídas pelo incêndio que lavra desde quarta-feira no concelho de Oleiros, distrito de Castelo Branco, disse o presidente da Câmara, Fernando Jorge.

RTP /
António José - Lusa

Em declarações à agência Lusa, o autarca disse que sete casas foram destruídas no Orvalho e uma em A-de-Moço. "E ainda vão arder mais", perspetivou, ao início da noite.

O incêndio "está muito forte, com uma força brutal", com "três ou quatro frentes dentro do concelho" e ainda uma "frente para Castelo Branco e outra para o Fundão".

O autarca disse também que foram evacuadas várias aldeias, nomeadamente Silvosa, Vinha, Cardosa e Sarnadas de São Simão.

"O incêndio está incontrolável", repetiu.Seis bombeiros feridos
O bombeiro ferido com gravidade hoje no incêndio de Oleiros, no distrito de Castelo Branco, é da corporação de Vieira de Leiria e apresenta queimaduras de 1.º e 2.º graus, não correndo risco de vida, disse o comandante local.

De acordo com João Lavos, comandante da corporação de Vieira de Leiria, o bombeiro "está estável, sem perigo. Não parece ser preocupante".

Desta corporação ficaram feridos dois bombeiros num incidente com uma viatura de abastecimento.

Seis bombeiros do distrito de Leiria foram hoje apanhados pelas chamas a caminho do combate ao fogo que lavra no concelho de Oleiros, no distrito de Castelo Branco, tendo um deles ficado em estado grave, informou a Proteção Civil.

De acordo com a adjunta de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) Patrícia Gaspar, o incidente aconteceu com dois veículos de um grupo de bombeiros que se deslocavam para o apoio ao combate ao incêndio em Oleiros.

Fonte do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Castelo Branco adiantou também à Lusa que estes elementos "foram apanhados por uma frente de fogo" e "iam em dois veículos de abastecimento, com menos mobilidade, e não conseguiram fugir".

De acordo com a mesma fonte, o incidente aconteceu às 18h40 na localidade de Foz do Giraldo, no concelho de Oleiros.

Estes dois incêndios que lavram em Oleiros obrigavam às 20h30 à intervenção de 789 bombeiros e 244 viaturas.

Chegaram a estar envolvidos nesta operação mais de uma dezenas de meios aéreos, que foram sendo retirados com o cair da noite.
Incêndios em Castelo Branco e Guarda

Às 20h00 onze incêndios estavam ativos, os três mais preocupantes estão nos distritos de Castelo Branco e da Guarda. Mais de mil e cem operacionais combatiam as chamas.

O fogo de Oleiros, no distrito de Castelo Branco, fez um ferido grave. As chamas estavam descontroladas, com várias frentes ainda ativas e a ameaçar casas e populações.
"Mão criminosa"
Luís Correia, presidente da Câmara de Castelo Branco, afirma que este incêndio teve origem em "mão criminosa". Na freguesia de Almaceda, Castelo Branco, as chamas continuavam descontroladas.

"Todos os indicadores demonstram isso, aquilo que está a acontecer e a forma como até o fogo está a evoluir. É preciso dizer-se e assumir-se esta realidade. Sem dúvida que não é por acaso que está a arder esta mancha tão grande, e da forma como está, com o vento para aquele lado e a aparecer uma projeção para este lado", afirmou o autarca.

Para Luís Correia, "são coisas que devem ser vistas e analisadas perceber porque é que isto está a acontecer. E sem dúvida nenhuma que só pode ser uma criminosa".Fundão no caminho das chamas
O incêndio, que deflagrou na quarta-feira, no concelho de Oleiros chegou esta quinta-feira ao Fundão. Uma frente de fogo estava a consumir uma vasta área de pinhal.

Paulo Fernandes, presidente da Câmara do Fundão, afirma que o objetivos das autoridades é travar a frente de fogo.

"Nós estamos a fazer combate corpo a corpo com o fogo. Estamos a ver se conseguimos criar uma zona circunscrita, porque de facto estamos numa zona com mais de 40 quilómetros de floresta e seria calamitoso se não conseguíssemos fazer esse trabalho", afirmou o autarca.

Segundo Paulo Fernandes, "temos num raio de um quilómetro três aldeias que rapidamente ficariam em perigo iminente".

No concelho do Fundão não há aldeias em perigo, mas noutros concelhos, "este fogo apanha quatro concelhos, há de facto povoações que estão neste momento em perigo".
Aldeia do Biso ameaçada
Um incêndio que começou quarta-feira e atingiu várias aldeias e quintas agrícolas está perto da cidade da Guarda.

As chamas ameaçaram esta tarde a Aldeia do Biso, no Sabugal onde se viveram momentos de pânico.
EN 18 cortada devido às chamas
A Estrada Nacional 18, que liga a Guarda à Covilhã, foi cortada ao trânsito devido ao incêndio que deflagrou na quarta-feira. Também a A23, entre a Guarda e Benespera, está cortada ao trânsito.

Uma das dificuldades no combate ao incêndio, além do vento forte, é o matagal denso e alto que ladeia a Estrada Nacional 18.

Dois dos habitantes foram obrigados a deixar o local onde guardam os animais devido ao aproximar das chamas.

C/Lusa
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