O Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto retoma esta segunda-feira os interrogatórios no âmbito da Operação Éter, que investiga uma alegada viciação de procedimentos de contratação pública no Turismo do Porto e Norte.
Os interrogatórios tiveram início na sexta-feira. De acordo com os advogados, todos os arguidos manifestaram a intenção de depor.
Prevê-se que as medidas de coação dos cinco arguidos do processo sejam conhecidas também esta segunda-feira.
Além de José Agostinho, são arguidos o presidente do Turismo do Porto e Norte, Melchior Moreira, a diretora operacional e a jurista da instituição, respetivamente Isabel Castro e Gabriela Escobar, bem como a administradora da W Global Communication (antiga Mediana), Manuela Couto.
Os cinco detidos respondem pelos crimes de corrupção, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influências, recebimento indevido de vantagem e participação económica em negócio.
"Esquema generalizado"
As cinco pessoas foram detidas pela PJ na quinta-feira, na operação com o nome de código Éter, que incluiu buscas em entidades públicas e sedes de empresas.
Em causa estarão ajustes diretos realizados nos últimos dois a três anos que ultrapassam um total de cinco milhões de euros.
A investigação centrada no Turismo do Porto e Norte "determinou a existência de um esquema generalizado, mediante a atuação concertada de quadros dirigentes, de viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto", avançou a Polícia Judiciaria na quinta-feira.
Com esse esquema, referiu a polícia, pretendia-se "favorecer primacialmente grupos de empresas, contratação de recursos humanos e utilização de meios públicos com vista à satisfação de interesses de natureza particular".
c/ Lusa