País
Operação Gambérria. Desmantelado grupo suspeito de auxílio à imigração ilegal
A Polícia Judiciária anunciou esta quarta-feira as detenções de 13 suspeitos numa operação "com vista a desmantelar um grupo criminoso" alegadamente dedicado "à prática reiterada de crimes de auxílio à imigração ilegal, associação de auxílio à imigração ilegal, corrupção, branqueamento de capitais e falsificação de documentos".
"No cumprimento de mandados de detenção emitidos pelo DIAP Regional de Coimbra, foram detidas 13 pessoas, sete homens e seis mulheres, entre os quais sete empresários, uma advogada e uma funcionária da Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas do Ministério dos Negócios Estrangeiros, e realizadas 40 buscas domiciliárias e não domiciliárias em Coimbra, Espinho, Carregal do Sal, Amadora, Odivelas, Loures e Lisboa", lê-se em comunicado da polícia de investigação criminal.
A RTP apurou que uma funcionária da Direção-Geral
dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas detida nesta operação trabalha no Ministério dos
Negócios Estrangeiros, em Lisboa.
O referido grupo criminoso dedicava-se, ainda segundo a PJ, à "legalização irregular e massiva de cidadãos estrangeiros em Portugal, obtendo proventos financeiros na ordem dos milhões de euros".
"Ao que tudo indica, os imigrantes, enquanto clientes que se mostravam disponíveis a pagar valores elevados para conseguir a legalização em território nacional, eram angariados pelo grupo através de complexos esquemas nos países de origem, com a promessa de fornecimento de um conjunto de serviços, tais como obtenção de contratos de trabalho, Número de Identificação Fiscal (NIF), Número de Identificação de Segurança Social (NISS), Número de Utente do SNS (Serviço Nacional de Saúde), tradução e certificação de registos criminais, abertura de contas bancárias, atestados de residência, entre outros".
A mesma investigação revelou "muitos dos imigrantes legalizados por este grupo, apesar de figurarem como estando a trabalhar e a residir em Portugal, encontram-se na verdade noutros países do espaço europeu".
No âmbito da operação, foi apreendido um "um enorme acervo de documentação utilizada em processos de legalização irregular de estrangeiros, equipamentos informáticos, 11 veículos automóveis, alguns dos quais de alta cilindrada, aproximadamente um milhão de euros, em numerário, duas presas de elefante em marfim com cerca de 50 kg, diversos artigos adquiridos com os proventos do crime e artigos utilizados na falsificações de documentos, entre os quais se destaca um selo branco encontrado e apreendido numa empresa onde seriam “validados” milhares de certificados de registo criminal de cidadãos estrangeiros".
Os detidos, com idades compreendidas entre os 26 e os 64 anos, sem antecedentes criminais conhecidos, serão oportunamente presentes a às autoridades judiciárias, tendo em vista a aplicação das medidas de coação.
Entretanto, o diretor da Polícia Judiciária do
Centro revelou que o alegado grupo criminoso organizado terá auxiliado
milhares de imigrantes ilegais com a ajuda de "uma toupeira" no
Ministério dos Negócios Estrangeiros.
"Estamos a falar de milhares de pessoas. Não temos dúvidas de que muitas delas, com maior ou menor esforço, conseguiriam regularizar a sua situação, noutras vai ter de ser tudo revisto, certamente", destacou Avelino Lima.
De acordo com o diretor da PJ do Centro, os milhares de imigrantes serão provenientes "de um país lusófono na América do Sul e do Hindustão". Ao todo, foram detidas 13 pessoas, sete homens e seis mulheres, entre os quais sete empresários, uma advogada e uma funcionária da Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Em conferência de imprensa que decorreu ao final da manhã em Coimbra, Avelino Lima explicou que os imigrantes eram angariados pelo grupo em redes sociais, sendo-lhes dado a conhecer "possibilidades e facilidades", mediante o pagamento de "um valor significativo". "Depois, havia uma estrutura que fazia todo o trabalho para permitir que esses imigrantes, chegados cá, se pudessem legalizar. Muitos deles nunca chegaram sequer a estar em território nacional, mas tinham documentação de título de residência, com repercussões ao nível fiscal e de segurança social, sendo esta uma realidade preocupante e que tem ganho dimensão cada vez mais grave", indicou.
Aos jornalistas, evidenciou que este grupo organizado e com "tarefas bem claras" terá começado a atuar no início de 2022, tendo sido criadas empresas de consultadoria para este fim.
Entre os serviços pelos quais os imigrantes pagavam figuravam a obtenção de contratos de trabalho, Número de Identificação Fiscal (NIF), Número de Identificação de Segurança Social (NISS), Número de Utente do SNS (Serviço Nacional de Saúde), tradução e certificação de registos criminais, abertura de contas bancárias, atestados de residência, entre outros.
"Tínhamos uma toupeira, infelizmente, nesse Ministério [dos Negócios Estrangeiros] e nesse serviço, que cessou com a sua atividade ontem [terça-feira]. Tinha um papel fundamental, porque acabava por dar veracidade a facto falso", referiu ainda.
c/ Lusa
De acordo com o diretor da PJ do Centro, os milhares de imigrantes serão provenientes "de um país lusófono na América do Sul e do Hindustão". Ao todo, foram detidas 13 pessoas, sete homens e seis mulheres, entre os quais sete empresários, uma advogada e uma funcionária da Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Em conferência de imprensa que decorreu ao final da manhã em Coimbra, Avelino Lima explicou que os imigrantes eram angariados pelo grupo em redes sociais, sendo-lhes dado a conhecer "possibilidades e facilidades", mediante o pagamento de "um valor significativo". "Depois, havia uma estrutura que fazia todo o trabalho para permitir que esses imigrantes, chegados cá, se pudessem legalizar. Muitos deles nunca chegaram sequer a estar em território nacional, mas tinham documentação de título de residência, com repercussões ao nível fiscal e de segurança social, sendo esta uma realidade preocupante e que tem ganho dimensão cada vez mais grave", indicou.
Aos jornalistas, evidenciou que este grupo organizado e com "tarefas bem claras" terá começado a atuar no início de 2022, tendo sido criadas empresas de consultadoria para este fim.
Entre os serviços pelos quais os imigrantes pagavam figuravam a obtenção de contratos de trabalho, Número de Identificação Fiscal (NIF), Número de Identificação de Segurança Social (NISS), Número de Utente do SNS (Serviço Nacional de Saúde), tradução e certificação de registos criminais, abertura de contas bancárias, atestados de residência, entre outros.
"Tínhamos uma toupeira, infelizmente, nesse Ministério [dos Negócios Estrangeiros] e nesse serviço, que cessou com a sua atividade ontem [terça-feira]. Tinha um papel fundamental, porque acabava por dar veracidade a facto falso", referiu ainda.
c/ Lusa