Operação Influencer. PGR admite que processo de Costa desça do Supremo para DCIAP

por RTP
Foto: Miguel A. Lopes - Lusa

A Procuradora-geral da República admite que o processo autónomo no Supremo Tribunal de Justiça que visa António Costa pode descer ao DCIAP com o cessar de funções. As declarações de Lucília Gago surgiram à margem de uma conferência sobre justiça que reuniu os presidentes dos vários tribunais.

A saída de António Costa do governo pode trazer mudanças, admitiu a PGR.

"É possível que o processo desça para o DCIAP [Departamento Central de Investigação e Ação Penal]"
, disse Lucília Gago, à saída da conferência "A Justiça antes e depois do 25 de Abril", que hoje decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
A procuradora-geral da República admitiu aos jornalistas o cenário como possível uma vez que com o cessar de funções de António Costa, deixa de ser obrigatório que o processo corra junto do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça.

A Operação Influencer levou à detenção de Vítor Escária, chefe de gabinete de António Costa; Diogo Lacerda Machado, advogado, consultor e amigo do primeiro-ministro cessante; dos administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves; e do presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, que o juiz colocou em liberdade após interrogatório judicial.

Além destes, há outros quatro arguidos no processo, incluindo o agora ex-ministro das Infraestruturas João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado, antigo secretário de Estado da Justiça e ex-porta-voz do PS João Tiago Silveira e a empresa Start Campus.

O processo está relacionado com a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e com o projeto de construção de um centro de dados (Data Center) na zona industrial e logística de Sines pela Start Campus.

O primeiro-ministro, António Costa surgiu associado a este caso e foi alvo da abertura de um inquérito no MP junto do Supremo Tribunal de Justiça, situação que o levou a pedir a demissão e o Presidente da República marcou eleições para 10 de março.

Em fevereiro, o juiz da "Operação Influencer" considerou contraditória e vaga a tese do Ministério Público de que os arguidos Diogo Lacerda Machado e Vitor Escária tentaram pressionar o primeiro-ministro António Costa para aprovação de um decreto-lei favorável à sociedade Start Campus, argumentação constante da resposta do magistrado Nuno Dias Costa ao recurso do Ministério Público de contestação às medidas de coação, nenhuma das quais privativa de liberdade.

c/ Lusa
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