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Operação "Malapata". Quinze transferências investigadas
Passaram a ser 15 as transferências suspeitas que estão a ser investigadas no âmbito da Operação Malapata. Uma delas é do treinador Rui Vitória quando saiu do Benfica para o Al Nassr.
Os três detidos na Operação Malapata foram sujeitos a primeiro interrogatório judicial esta quinta-feira: um deles é um empresário de metalurgia e outro o empresário César Boaventura, ouvido no TIC do Porto.
A Polícia Judiciária suspeita que os três detidos terão movimentado 70 milhões de euros nos últimos anos, numa atividade comercial fictícia, com recurso a contas bancárias em Portugal, e no estrangeiro.
Em comunicado, a PJ refere que em causa está a eventual prática de crimes de fraude fiscal, burla qualificada, falsificação informática e branqueamento. Foram realizadas 28 buscas na sequência da operação Malapata.As diligências tiveram lugar nos concelhos de Barcelos, Braga, Esposende, Trofa, Vila Nova de Famalicão, Funchal, Benavente e Lisboa.
Foram apreendidos vários documentos, material informático e automóveis.
Foram feitas buscas nos estádios da Luz e de Alvalade.
Em comunicado, os dois clubes dizem não ter qualquer relação com o empresário de futebol Cesar Boaventura, que foi detido.
O Sporting considera que o clube não é visado na investigação e adiantou que as buscas decorreram de forma célere.
O Benfica também fez questão de dizer que não é arguido ou sequer visado neste processo.
As buscas, domiciliárias e não domiciliárias, foram realizadas nos concelhos de Barcelos, Braga, Esposende, Trofa, Vila Nova de Famalicão, Funchal, Benavente e Lisboa.
"Através do exercício de atividade comercial fictícia de sociedades geridas pelos suspeitos, assim como de correspondentes contas bancárias tituladas por terceiros (pessoas individuais e coletivas), em território nacional e no estrangeiro, aqueles lograram criar um intrincado esquema de faturação/movimentação financeira que ofereciam tanto como veículo de branqueamento para terceiros, prestando assim esse serviço ilícito pelo qual seriam remunerados, como para ocultação dos proveitos gerados da própria atividade legítima dos próprios e de terceiros, nos setores indicados", refere o comunicado.
A PJ acrescenta que foram, até ao momento, identificados movimentos financeiros, em diversas plataformas, num montante superior a 70 milhões de euros. Segundo aquela polícia, a vantagem patrimonial estimada em sede fiscal, associada ao principal visado, atinge o montante de 1,5 milhões de euros, "apenas com base em elementos já confirmados".
Denominada "Malapata", a operação foi realizada no âmbito de um inquérito titulado pelo Ministério Público - Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto, com a participação da Autoridade Tributária e Aduaneira - Direção de Finanças do Porto.