Operação "Mercado Negro". Treze detidos em operação de buscas a cadeias

A Polícia Judiciária lançou esta quarta-feira uma operação de buscas a vários estabelecimentos prisionais. Foram detidas 13 pessoas, entre as quais dois guardas e um agente da PSP. Em causa estão suspeitas de corrupção e tráfico de estupefacientes.

Inês Moreira Santos, Carlos Santos Neves - RTP /
Rui Alves Cardoso - RTP

Em comunicado, a Polícia Judiciária adianta ter desencadeado, "através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção", uma operação nas "zonas de Lisboa, Alcoentre, Sintra e Funchal, para cumprimento de 32 mandados de busca e apreensão".Foram levadas a cabo 14 buscas domiciliárias e 18 não domiciliárias.

A investigação incide, ainda segundo a polícia de investigação criminal, sobre "um alegado projeto criminoso, praticado, entre outros, por guardas prisionais que facilitam a entrada de substâncias ilícitas nos estabelecimentos prisionais a troco de vantagem patrimonial".

"Em causa estão suspeitas da prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, tráfico de estupefacientes, tráfico de substâncias e métodos proibidos, falsificação de documentos e branqueamento".Os 13 detidos serão agora presentes a primeiro interrogatório judicial para a aplicação de medidas de coação.


"A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais prestou toda a colaboração à investigação desenvolvida, designadamente, através da Direção dos Serviços de Segurança e do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional (GISP)", lê-se na mesma nota da Judiciária.

"As diligências, no âmbito de inquérito dirigido pelo DIAP Regional de Lisboa, foram acompanhadas por uma juíza de instrução, uma magistrada do Ministério Público e cerca de 200 inspetores e peritos da Polícia Judiciária".
Ouvido pela Antena 1, o presidente da Associação de Chefias da Guarda Prisional, Hermínio Barradas, confirmou a realização de "buscas na sequência de processos, no âmbito de investigação criminal dentro de estabelecimentos prisionais, com intervenientes no corpo da Guarda Prisional".
De acordo com o responsável, o que está em causa "será a introdução de telemóveis nos estabelecimentos e de estupefacientes", o que já "configura crime, já será tráfico e, nestes caso, agravado" porque é dentro de espaços prisionais.

O presidente da associação prometeu ainda aguardar o desenrolar das investigações com tranquilidade e sentido de justiça.
"O leque da investigação foi alargado, são mais estabelecimentos prisionais", disse posteriormente. "Sabemos que já há 13 detidos e dois deles são guardas prisionais", um da PJ de Lisboa.

"Vamos aguardar".

A Polícia Judiciária indica que as investigações prosseguem.

A PJ desmantelou também durante a manhã um laboratório clandestino de produção de drogas que funcionava num apartamento em Lisboa, no decurso da Operação "Mercado Negro". Fonte da Judicária adiantou à agência Lusa que o apartamento funcionava exclusivamente como laboratório.
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