Operação "Pivot". Vítimas de Phishing tinham idades superiores a 65 anos

Depois das buscas domiciliárias desta segunda-feira, que resultaram na detenção de 64 suspeitos, a Polícia Judiciária explicou que o grupo organizado transnacional se dedicava à prática de criminalidade informática, burlas qualificadas e branqueamento de capitais através de "controlo remoto" e da criação de "contas mulas". Os grupos criminosos atuavam em Portugal e na Suécia, através do modus operandi conhecido como Phishing, com prejuízos que ascendem a cerca de 14 milhões de euros.

Inês Moreira Santos - RTP /
Sandra Fernandes Pereira - RTP

Carlos Cabreiro explicou esta tarde em conferência de imprensa que os suspeitos acediam por “controlo remoto, através dos seus computadores”, o que “permitia total acesso aos computadores por parte dos criminosos”.

“Dentro do esquema criminoso, aqui em Portugal também existia um outro grupo de suspeitos, que tratava da criação e da angariação das ‘contas-mulas’", continuou o diretor da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime.

Segundo o investigador, os diferentes intervenientes "deste grupo, naturalmente, procuravam serviços de mensagens encriptadas para comunicarem entre si". Além disso, recorriam à "utilização massiva de números de telemóvel” com cartões pré-pagos, “dificultando assim a sua identificação”.

Na fase de branqueamentos de capitais, a PJ destaca três momentos ou “três formas diferenciadas de branqueamento”: “a utilização das chamadas Money mules, que se disponibilizavam a receber o dinheiro proveniente do crime”; “recurso a terminais de pagamento automático (os TPA), com o compromisso natural de comerciantes que aceitavam fazer transações com os criminosos”; e “também através da aquisição de joias, relógios e viaturas que foram apreendidas”.
Mais de 60 pessoas foram detidas pela Polícia Judiciária, esta terça-feira, numa operação realizada em várias zonas do país. São suspeitas de pertencerem a um grupo organizado transnacional que se dedicava à criminalidade informática, burlas qualificadas e branqueamento de capitais.

O grupo agia através do método conhecido por "Phishing" e originou prejuízos que acendem a 14 milhões de euros. As vítimas, na generalidade pessoas com idades superiores a 65 anos, eram convencidas a fornecer os códigos de acesso às contas bancárias.

A operação foi coordenada pela PJ e pela polícia sueca e contou com a colaboração da Europol e do Eurojust.
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