Os vereadores José Andrade (PSD) e Rui Raposo (CDU) dizem que a obra, em curso desde Julho, está a ser feita em condições que "perturbam", não só quem circula de automóvel naquela zona, como os próprios peões.

Perguntaram, por isso, na reunião de Câmara desta semana, quem está a fazer a obra, com que tipo de contrato, se existe projecto e se há prazos.

O presidente da Câmara de Santarém, Rui Barreiro (PS), disse à Agência Lusa que a obra "tem projectos e tem custos, está tudo como deve ser", sendo da competência da autarquia o acompanhamento técnico de fiscalização da obra.

Segundo disse o autarca, o acordo feito com os construtores do centro comercial que abriu há um ano naquele largo previa benefícios na zona, o que "tem vindo a ser cumprido".

No entanto, atribuiu o arrastar dos trabalhos ao acompanhamento arqueológico que tem vindo a ser feito no local, que permitiu encontrar uma das maiores necrópoles islâmicas da Península Ibérica.

Segundo o autarca, a Câmara decidiu aproveitar a necessidade de fazer obras de saneamento básico na zona para antecipar a concretização do projecto elaborado para aquele largo.

Para a autarquia, é uma prioridade colocar a rotunda em condições de circulação, eliminando os semáforos que causavam um estrangulamento ao trânsito, e aumentar os passeios, alargando o espaço pedonal, disse Rui Barreiro.

"Quando tudo isso estiver resolvido, partiremos então para a fase do interior da rotunda, da responsabilidade da autarquia", afirmou.

Em relação à segurança, tanto para automobilistas como para peões, Rui Barreiro adiantou que já foi colocada sinalização vertical, esperando que esta semana possa ser colocada sinalização horizontal provisória, porque ainda só foi colocada a primeira camada de alcatrão.

Quanto a prazos, afirmou esperar que os passeios e pavimentos possam estar concluídos até ao Natal, ficando o interior da rotunda pronto até à Primavera, com obras que não interferirão com a circulação.

O vereador comunista Rui Raposo, por seu lado, insiste na necessidade de fiscalização, por parte da Câmara, das obras em curso na cidade, dando como exemplo mais recente o encerramento da Rua João Afonso pouco tempo depois de ter sido reaberta ao trânsito, após obras de saneamento e calcetamento, devido ao abatimento do piso.

No seu entender, as obras no Largo Cândido dos Reis têm decorrido "aos solavancos e sem se perceber a coerência da construção e a própria qualidade da obra".

A empresa que construiu o centro comercial ficou com a responsabilidade de colocar os lancis, o piso betuminoso e a calçada nos passeios do Largo Cândido dos Reis, enquanto a Câmara foi responsável pelas obras de saneamento básico.

A autarquia fará ainda o arranjo no interior da rotunda, um projecto dos arquitectos paisagistas da autarquia cujos custos o vereador com o pelouro das obras, Manuel Afonso, disse não conseguir ainda contabilizar.

Reagindo a rumores de que a obra está a ser feita sem projecto, nomeadamente de iluminação, o vereador com o pelouro das obras, Manuel Afonso, assegurado que a EDP está a acompanhar os trabalhos.

A rotunda do Largo Cândido dos Reis, baptizada pela vereadora comunista Luísa Mesquita de "ovalunda" (dada a sua configuração), integra um projecto mais vasto, de requalificação de toda a Avenida Sá da Bandeira, que Rui Barreiro admite só poder ser concretizado na totalidade no próximo mandato autárquico.