Orçamento camarário em Leiria atinge cem milhões com venda de bancada do estádio
A Câmara de Leiria aprovou hoje o orçamento para 2005, que atinge os cem milhões de euros devido às receitas resultantes da venda de imóveis, entre os quais o topo norte do estádio municipal.
De acordo com a presidente da Câmara de Leiria, Isabel Damasceno, a autarquia estima que as receitas desse negócio atinjam os 34 milhões de euros, que poderão ser gastos na amortização do investimento feito na remodelação do estádio municipal Magalhães Pessoa, um dos palcos do Euro2004.
Esta verba deverá ser atingida com a venda para serviços da bancada do topo Norte do estádio e com um lote de terreno na zona desportiva, destinado a um hotel, explicou a autarca, que, no entanto, não conseguiu convencer os vereadores da oposição (PS e CDS) a votar a favor da proposta na reunião desta tarde.
A autarca explicou que a aposta da autarquia em 2005 vai passar pela acção social escolar e pelo acompanhamento de projectos já em curso, como as obras do Programa Polis.
Contudo, para Gonçalo Lopes, do PS, a autarquia continua a não dar prioridade às obras de saneamento no concelho, hipotecando a calendarização estabelecida no passado para este sector.
"Para a Câmara, a Leirisport (empresa municipal que gere o estádio e os equipamentos desportivos) é mais importante do que os Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento (SMAS)", acusou o vereador, que considerou este um "orçamento eleitoralista".
Em resposta, Isabel Damasceno salientou que os SMAS possuem receitas próprias e que os 12,5 milhões de euros que a autarquia vai transferir constituem uma "verba adicional" para esse orçamento.
A Leirisport, por seu lado, não gera tantas verbas, pelo que precisa de "indemnizações compensatórias" para custear os equipamentos e amortizar os investimentos, acrescentou.
A presidente de Câmara considerou este orçamento como uma proposta de "continuidade" face aos anos anteriores e garantiu que as receitas adicionais da venda dos imóveis da zona desportiva irão sempre implicar, ou um "reforço" dos investimentos noutras áreas, ou a amortização dos encargos financeiros.