Ordem dos Médicos alerta. Vários hospitais "não vão conseguir dar resposta adequada" nas próximas semanas

por RTP

Foto: Benoit Tessier - Reuters

O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, alertou este domingo na RTP3 para a situação delicada de vários hospitais do país nos próximos dias e considerou que o Serviço Nacional de Saúde vive "uma situação de catástrofe".

A Ordem dos Médicos pediu hoje uma reunião urgente ao ministro da Saúde para encontrar soluções imediatas.

Na RTP3, Carlos Cortes assinalou que os 1.500 médicos que se recusam a fazer mais de 150 horas extraordinárias anuais "cumprem integralmente com o seu horário de trabalho".

A recusa em ultrapassar as 150 horas anuais de trabalho extraordinário é "um ato de responsabilidade" que visa proteger os médicos, mas sobretudo a segurança dos próprios doentes.

O bastonário alerta que, na próxima semana, já haverá doentes sem acesso a cuidados de saúde e que a "prestação de cuidados de saúde e a segurança dos doentes" está agora "nas mãos do Governo".

Nesta altura, cerca de 25 hospitais têm dificuldades em dar resposta a especialidades fundamentais como medicina interna, cirurgia, pediatria, cuidados intensivos, ginecologia-obstetrícia ou cardiologia, refere Carlos Cortes.

Nas próximas semanas, vários hospitais "não vão conseguir dar uma resposta adequada", a começar pelos serviços de urgência, alerta.

Carlos Cortes lembra ainda para o aumento da afluência nos hospitais nos meses de novembro e de dezembro, salientando a importância de uma resposta rápida por parte do Governo.

Pede que sejam imediatamente implementadas "soluções concretas" e sublinha que o que é urgente "não é a disseminação de ULS (Unidades Locais de Saúde) em todo o país" ou a reestruturação de urgências.

Considera que a prioridade deve ser tornar o SNS "mais atrativo e com melhores condições de trabalho" para os médicos, bem como a valorização da carreira.
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