País
Ordem dos Médicos contra exames "com base em carimbos"
A Ordem dos Médicos está contra o que diz ser a redução dos doentes a protocolos, que representa uma forma de “enganar”. O bastonário garante que os enfermeiros não têm formação de diagnóstico. Já a Ordem dos Enfermeiros considera que o alargamento de competências "faz todo o sentido" e que a Ordem dos Médicos está a tentar defender a sua "esfera de poder".
A Ordem dos Médicos está contra a medida anunciada pelo Executivo. O Governo quer que os enfermeiros possam pedir exames complementares nas urgências. Este é um projeto experimental com a duração de um ano. Os hospitais não vão ser obrigados a aceitar as novas atribuições dos enfermeiros. Nas unidades de saúde, são as administrações regionais que podem decretar as novas funções.
A Ordem dos Médicos critica a medida e garante que os enfermeiros não têm formação de diagnóstico. “Não fazem diagnóstico. Não é questão de poder ou não poder, não faz parte das suas competências de formação”, afirmou esta terça-feira na RTP José Manuel Silva, relembrando que os médicos têm 12 anos de formação para fazer diagnósticos e, “mesmo assim, infelizmente, nem sempre acertam”.
A Ordem dos Médicos garante que é preciso “empregar todos os meios” para permitir a rápida observação por um clínico.
Nesse sentido, o bastonário afirma que os enfermeiros não vão “prescrever exames”, mas limitar-se a aplicar protocolos.
“É impossível reduzir milhares, eu diria milhões, de doentes que vão aos serviços de urgência a meia dúzia de protocolos para pedir exames”, garante o responsável, prevendo que, na maioria dos casos, serão feitos exames a mais ou a menos.
Em entrevista ao Bom Dia Portugal, José Manuel Silva considerou que a decisão da tutela é tomada “com base em algum desespero”, prevendo que a medida aumente o tempo de triagem e vá sobrecarregar os laboratórios de exames.
“Espero que não obriguem os doentes a pagar as taxas moderadoras desses exames desnecessários que fizeram com base em protocolos, em carimbos”, disse.
Enfermeiros aplaudem
Já a Ordem dos Enfermeiros considera que a medida tomada pelo Governo "faz todo o sentido" e que se trata de "protocolos que já estão testados".
"Estamos a falar de procedimentos padronizados, com o aval das direções clínicas das instituições", explica Bruno Noronha Gomes, da Ordem dos Enfermeiros, que garante que a medida "faz todo o sentido". Noronha Gomes discorda que os enfermeiros estejam a assumir o papel de um médico: "Não nos parece que se esteja a entrar na esfera médica".
"A Ordem (dos Médicos) diz que não tem porque é compreensível que defenda a sua esfera de poder e a sua área de atuação", afirmou.
A Ordem dos Enfermeiros considera que "o despacho ficou, inclusive, aquém". Também entrevistado no Bom Dia Portugal, Noronha Gomes defendeu que deveria ser possível que, quando um doente chega à urgência, fosse iniciada alguma terapêutica para a dor.
A Ordem lamenta ainda que as direções de enfermagem tenham sido afastadas do processo de decisão de implementação destes protocolos. Noronha Gomes afirma ainda que se mantém a falta de médicos, enfermeiros e agentes operacionais nos serviços de saúde.
A Ordem dos Médicos critica a medida e garante que os enfermeiros não têm formação de diagnóstico. “Não fazem diagnóstico. Não é questão de poder ou não poder, não faz parte das suas competências de formação”, afirmou esta terça-feira na RTP José Manuel Silva, relembrando que os médicos têm 12 anos de formação para fazer diagnósticos e, “mesmo assim, infelizmente, nem sempre acertam”.
A Ordem dos Médicos garante que é preciso “empregar todos os meios” para permitir a rápida observação por um clínico.
Nesse sentido, o bastonário afirma que os enfermeiros não vão “prescrever exames”, mas limitar-se a aplicar protocolos.
“É impossível reduzir milhares, eu diria milhões, de doentes que vão aos serviços de urgência a meia dúzia de protocolos para pedir exames”, garante o responsável, prevendo que, na maioria dos casos, serão feitos exames a mais ou a menos.
Em entrevista ao Bom Dia Portugal, José Manuel Silva considerou que a decisão da tutela é tomada “com base em algum desespero”, prevendo que a medida aumente o tempo de triagem e vá sobrecarregar os laboratórios de exames.
“Espero que não obriguem os doentes a pagar as taxas moderadoras desses exames desnecessários que fizeram com base em protocolos, em carimbos”, disse.
Enfermeiros aplaudem
Já a Ordem dos Enfermeiros considera que a medida tomada pelo Governo "faz todo o sentido" e que se trata de "protocolos que já estão testados".
"Estamos a falar de procedimentos padronizados, com o aval das direções clínicas das instituições", explica Bruno Noronha Gomes, da Ordem dos Enfermeiros, que garante que a medida "faz todo o sentido". Noronha Gomes discorda que os enfermeiros estejam a assumir o papel de um médico: "Não nos parece que se esteja a entrar na esfera médica".
"A Ordem (dos Médicos) diz que não tem porque é compreensível que defenda a sua esfera de poder e a sua área de atuação", afirmou.
A Ordem dos Enfermeiros considera que "o despacho ficou, inclusive, aquém". Também entrevistado no Bom Dia Portugal, Noronha Gomes defendeu que deveria ser possível que, quando um doente chega à urgência, fosse iniciada alguma terapêutica para a dor.
A Ordem lamenta ainda que as direções de enfermagem tenham sido afastadas do processo de decisão de implementação destes protocolos. Noronha Gomes afirma ainda que se mantém a falta de médicos, enfermeiros e agentes operacionais nos serviços de saúde.