O Ministério da Defesa concluiu o relatório sobre o assalto ao Paiol Nacional de Tancos, a 28 de junho de 2017, e enviou esta quarta-feira para a Assembleia da República o dossier “Tancos 2017: Factos e Documentos”. No documento, de 144 páginas, a que a RTP teve acesso, faz-se um retrato de uma instalação obsoleta e sem segurança praticamente desde a sua criação, em 1988.
Os sensores que estavam instalados no solo foram desativados em 2000 porque não eram fiáveis.
Em 2012 deixou de existir no mercado peças para reparar o sistema de vigilância, que seis anos antes tinha sido considerado obsoleto e a necessitar de substituição.
Em junho de 2017 toda a segurança do local onde estavam armazenados toneladas de explosivos, munições e armas de guerra recaia sobre um sargento, um cabo e seis praças.
O relatório do Ministério da Defesa, que foi agora enviado aos deputados, refere que esta era a realidade desde 2007.Em 1988, quando todos os sistemas eletrónicos estavam a ser instalados foi determinado que esse era um encargo para, pelo menos, 44 homens.
Em 2016, a Unidade de Apoio Geral de Material do Exército atualizou o plano de segurança de Tancos. O relatório admite agora que não foi tomado em consideração o estado de degradação de instalações e dos sistemas eletrónicos.
No momento do assalto estava em curso a instalação de novos sistemas de segurança eletrónica em diversas unidades.
No documento a que a RTP teve acesso explica também a discrepância entre o material furtado e o recuperado. O caso está nas mãos do Ministério Público. A investigação ainda decorre.