Parque das Serras do Porto quer ser paisagem protegida de âmbito regional
Porto, 20 nov (Lusa) -- Técnicos designados por três autarquias e pelo Conselho Metropolitano do Porto (CmP) querem a classificação de paisagem protegida de âmbito regional para o Parque das Serras do Porto, futuro Pulmão Verde da Área Metropolitana, disseram hoje responsáveis pelo projeto.
Em causa está uma área total de 5.700 hectares, que inclui as serras de Santa Justa, Pias, Castiçal, Santa Iria e Banjas, nos concelhos de Valongo, Gondomar e Paredes, distrito do Porto.
O projeto Parque das Serras do Porto que está a ser preparado por uma equipa técnica intermunicipal das três autarquias e é coordenado pela arquiteta Teresa Andresen, tendo sido aprovado em reunião do CmP em 10 de abril.
A 20 de junho, no "cruzamento" dos trilhos que ligam Gondomar, Valongo e Paredes, em plena serra, foi assinado um protocolo de cooperação com o presidente do CmP, Hermínio Loureiro a considerar então que aquela data seria "seguramente para inscrever na história da AMP".
De acordo com o presidente da câmara de Gondomar, Marco Martins, o dossiê com o pedido de parecer com vista à obtenção da classificação de paisagem protegida de âmbito regional para as serras do Porto está a ser preparado e vai ser apresentado ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
O envolvimento da comunidade e associações, estando uma "grande caminhada" agendada para dezembro, bem como a definição de quais as linhas de candidatura mais adequadas a fundos europeus foram outros aspetos destacados à agência Lusa quer pelo presidente da câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, quer pelo vereador do Ambiente da câmara de Paredes, Pedro Mendes, num dia em que tem início a Semana Reflorestação Nacional.
José Manuel Ribeiro apontou que a área que Valongo detém no futuro Pulmão Verde da AMP "já é área protegida" e contou ter apresentado ao grupo de trabalho que gere este processo a disponibilidade do seu concelho vir a acolher a futura sede do Parque das Serras do Porto.
Já questionado sobre valores de candidatura a fundos comunitários, o vereador de Paredes considerou "prematuro atirar números": "É muito difícil neste momento referir a valores financeiros, o mais importante é fazer o trabalho técnico de potenciação e divulgação do parque", disse Pedro Mendes.
Atualmente estão a ser ultimados os procedimentos que permitirão criar uma entidade com personalidade jurídica que possa agir em nome dos três municípios envolvidos neste projeto, mas a aposta na divulgação das potencialidades naturais do projeto é a prioridade atual.
"Estamos a fechar os limites do parque das serras, as suas entradas, a definir trilhos e, ainda, a preparar um plano estratégico de comunicação e imagem do projeto", avançou Marco Martins, enquanto José Manuel Ribeiro frisou a ideia de que se está a trabalhar para "dar visibilidade ao parque" e Pedro Mendes sublinhou o facto de o projeto ser "multifacetado e transversal, logo com enorme potencial".
O projeto, aquando da assinatura de protocolo entre as três câmaras e o CmP, foi adjetivado como um "projeto de gerações", um "rótulo" que os autarcas agora recordam, acrescentando a expressão "referência natural da AMP".