Partos normais nas mãos de enfermeiros. Ordem dos Médicos diz que não foi consultada antes da decisão

O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, considera que é “absolutamente lamentável” que a ordem não tenha sido consultada antes da tomada de decisão. A Comissão Permanente da Ordem dos Médicos e o Colégio da Especialidade de Ginecologia e Obstetrícia vão reunir de emergência para discutir a situação.

RTP /
Solen Feyissa - Unsplash

Os partos de baixo risco vão passar a ser assegurados por enfermeiros especialistas, mas está salvaguardada a supervisão médica. Embora a prática seja já comum em alguns hospitais do país, a Direção-Geral da Saúde decidiu atualizar a norma para atenuar a falta de recursos humanos em obstetrícia.

Em comunicado, a Ordem dos Médicos salienta que não fez qualquer parecer formal à versão final da norma.

“A Ordem dos Médicos lamenta ter tomado conhecimento através dos órgãos de comunicação social da publicação da Orientação nº 002/2023 da Direção-Geral da Saúde (DGS), e critica não ter sido remetido previamente à Ordem dos Médicos o relatório final da Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Blocos de Parto, para a sua pronúncia técnica”, realça.

A Ordem dos Médicos que a situação é “absolutamente lamentável”, tratando-se de uma questão “com impacto dos cuidados de saúde, e da segurança das mães e das crianças”, refere o bastonário Carlos Cortes.

“O Ministério da Saúde e a DGS terem excluído a Ordem dos Médicos do documento final é uma falha difícil de entender”, acrescenta.

Perante a situação, o bastonário anuncia que a Comissão Permanente da Ordem dos Médicos e o Colégio da Especialidade de Ginecologia e Obstetrícia vão reunir já este sábado “com caráter de urgência” para analisar a matéria e “definir os próximos passos de atuação”.
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