Pasagem de linha de alta tensão viola acordos entre autarquia, REN e EDP

O vereador da Câmara da Amadora Gabriel Oliveira (PS) revelou hoje que a passagem de uma rede de muito alta tensão no concelho viola um acordo estabelecido entre a autarquia, a Rede Eléctrica Nacional (REN) e a EDP.

Agência LUSA /

"A Câmara Municipal da Amadora assinou há alguns anos um acordo com a REN e a EDP em que ficou estipulado que na estação do Alto da Mira [na freguesia de São Brás] não havia nem aumento de potência nem aumento de linhas", explicou à Lusa o vereador com o pelouro do Ambiente.

A linha de 220 kw projectada para atravessar os concelhos de Loures, Amadora, Sintra e Cascais será complementar à que actualmente abastece a zona norte da Área Metropolitana de Lisboa pela zona Oriental.

"É uma questão de princípios, os acordos servem para ser respeitados", frisou o vereador socialista.

O autarca considera que, além do compromisso assumido, já existem muitas linhas de alta tensão a atravessarem o concelho e afirma que as objecções da autarquia ao projecto diminuiriam se as linhas fossem enterradas e não aéreas.

"Aliás, todas as linhas que entrarem ou saírem daquela estação têm de estar enterradas e, na linha projectada, a chegada será aérea", afirmou.

Gabriel Oliveira afirmou que a Câmara Municipal da Amadora foi a única a dar um parecer negativo ao projecto, cujo estudo de impacto ambiental esteve em discussão pública até à última sexta-feira.

O autarca não duvida que "as populações só se vão aperceber [da infra-estrutura] na altura em que começarem a colocar os postes".

Esta preocupação foi também expressa à Lusa pela associação ambientalista Olho Vivo, que na última quinta-feira se queixou de que o Instituto do Ambiente recusou o pedido para a realização de sessões de esclarecimento com as populações afectadas.

A Assembleia Municipal de Sintra aprovou sexta-feira uma moção contra a passagem da rede de muito alta tensão em Colaride, onde está projectado um parque natural e cultural, por considerar que terá impactos ambientais negativos.

O documento considera que a infra-estrutura "terá impactos negativos no meio ambiente, nomeadamente na alteração da paisagem", e enviou a moção ao Instituto do Ambiente, apelando àquela entidade para que "encontre soluções alternativas ao trajecto" na zona do futuro parque natural e cultural de Colaride.

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