Passos Coelho. Quem "varre os que não gosta" acaba em "trincheira estreita e pequenina"
O antigo presidente do PSD Pedro Passos Coelho defendeu esta quinta-feira, recorrendo à sua própria experiência no partido, que quem "varre e enxota" aqueles de quem não gosta, acaba "numa trincheira estreita e pequenina".
"O respeito que devemos uns aos outros, às convicções que cada um tem, é essencial para ter um partido grande, para ter uma cidade grande, para ter um projeto grande", afirmou Pedro Passos Coelho, num jantar da candidatura autárquica de Suzana Garcia à Amadora.
O antigo líder do PSD apontou o exemplo de Helena Lopes da Costa, também no jantar e candidata à Assembleia Municipal, que nunca o apoiou em eleições internas, mas salientando que tal "nunca foi um problema".
"Todos aqueles que andam nas trincheiras a varrer os que não gostam, a enxotar aqueles que acham que lhes podem trazer problemas, acabam numa trincheira cada vez mais estreita e pequenina", alertou.
Passos Coelho foi apresentado pelo `speaker` como "o desejado", recorrendo a uma expressão antes usada pelo mandatário da candidatura de Suzana Garcia, o apresentador televisivo Manuel Luís Goucha.
Na sua intervenção, Passos Coelho sublinhou também a importância de, na política, as mudanças serem desejadas e não impostas.
"Quando não, podem ser impostas, mas seguem o seu caminho, as pessoas deitam-nas fora à primeira oportunidade. Só fica o que é desejado", considerou.
No entanto, sublinhou que tal não significa que os políticos tenham de andar "atrás daquilo que as pessoas querem".
"Quem é líder não é um tirano, não tem de se impor a todos, mas tem de dizer o que é que quer e para onde é que vai. É isso que vale a pena (...) As pessoas só respeitam os políticos que querem alguma coisa", afirmou, repetindo uma mensagem que já tinha deixado há uma semana na apresentação pública de um livro sobre saúde.
Tal como nessa ocasião, defendeu a importância de "estudar bem os problemas".
"O improviso nunca foi bom para quem tivesse de tomar decisões importantes e comprometer o futuro", afirmou, acrescentando que "ninguém se põe atrás a fazer força por alguém que não sabe para onde vai, que está com medo de olhar para trás a ver para onde é que as pessoas quererão ir".