Cultura
Paulo Cunha e Silva: morreu o homem com a cultura fora do sítio
No dia em que Paulo Cunha e Silva deixa de estar presente na vida, cultural e não só, a Antena 1 recorda, numa entrevista dada ao jornalista Miguel Soares, as visões de um professor licenciado em medicina que amava cultura.
Foto: Paulo Cunha e Silva - Direitos Reservados
Era licenciado em Medicina, Mestre e Doutor pela Universidade do Porto, onde foi Professor de Anatomia.
Atualmente, era professor associado de Pensamento Contemporâneo na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto e desempenhava as funções de vereador da Cultura da Câmara do Porto.
Paulo da Cunha e Silva, de 53 anos, morreu esta quarta-feira, de madrugada, devido a problemas cardíacos."O meu tempo é o futuro. Aliás eu perante os meus amigos costumo dizer: eu não tenho passado, só tenho futuro. Portanto não me falem de reis e rainhas que eu não precebo nada de reis e rainhas." - Paulo Cunha e Silva
O professor universitário foi um dos principais responsáveis pela programação do Porto 2001,tendo sido também presidente do Instituto da Artes do Ministério da Cultura, conselheiro Cultural da Embaixada de Portugal em Roma e Comissário de um extenso programa de Guimarães 2012.
Colaborava com há largos anos com a Fundação de Serralves, com a Fundação Gulbenkian e era presidente da Comissão de Cultura do Comité Olímpico Português.
Nesta entrevista , gravada em novembro de 2013 pelo jornalista Miguel Soares, Paulo Cunha e Silva fala das suas obras na câmara do Porto e dos projetos que pretendia criar.
Uma delas seria colocar a “cultura fora do sítio”.
“A minha ideia mais radical era haver uma obra que estaria num banco operatório que só seria visível através de uma transmissão de vídeo, porque a obra teria de estar em condições de assepsia para conviver com o ato operatório. Os projectos vão surgindo e vivem em estado de turbulência programática.” – Paulo Cunha e Silva (novembro de 2013)
(Miguel Soares com Nuno Patrício)