Paulo Portas propugna avaliação na altura de mudança de escalão
O líder do CDS-PP defende que os professores sejam avaliados aquando da mudança de escalão na carreira. Paulo Portas, que se reuniu com Mário Nogueira, líder da FENPROF, pretende quer um novo modelo de avaliação liderado pelo conselho pedagógico das escolas. Por outro lado, também hoje, a FNE exigiu do Governo uma renegociação urgente dos dossiers da avaliação e das carreiras.
"Deve adaptar-se à expectativa de progressão dos seus escalões. Quando se aproxima o momento em que podem mudar de escalão, é nesse momento que a avaliação é importante", defendeu o líder democrata-cristão, para acrescentar que o CDS-PP pretende a implementação de um sistema que reconheça "uma autoridade, o conselho pedagógico. Essa autoridade é única responsável pela avaliação".
As declarações de Paulo Portas foram feitas à saída de uma reunião com o secretário-geral da FENPROF (Federação Nacional de Professores), Mário Nogueira.
Ao identificar o que apelidou de "princípios orientadores" na revisão da avaliação de professores, Paulo Portas defendeu ainda que o sistema deve prever uma "arbitragem célere" para resolver eventuais conflitos. Um processo que no seu entender deve ser levado a cabo "depois de passar a época de exames" e antes de começar o ano lectivo seguinte, de forma a não prejudicar a actividade lectiva.
FNE aconselha Governo a despachar-se
No final de uma reunião com o Grupo Parlamentar socialista, João Dias da Silva, presidente da Federação Nacional da Educação (FNE), deixou um aviso ao Governo: se não arrancar rapidamente com as negociações para rever as carreiras e a avaliação a Oposição poderá unir-se em breve em torno de uma solução alternativa.
De acordo com João Dias da Silva, ao PS foi transmitido que "são urgentes sinais claros por parte do Governo quanto à sua disponibilidade no sentido de acabar com a distinção entre os professores em duas categorias e substituir o modelo de avaliação de desempenho que se revela inadequado".
"Se da parte do Governo não houver essa disponibilidade para percorrer este caminho, pensamos que estão reunidas as condições na Assembleia da República para que, da parte de todos os partidos da Oposição, surja o enquadramento de uma solução", alertou o dirigente, acrescentando ter saído da reunião com a bancada do PS "sem uma resposta concreta" para as suas questões.