"Investir no nosso planeta" é o mote deste ano no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, para celebrar o Dia Mundial da Terra. Dois dias, sexta-feira e sábado, em que empresas, governos e cidadãos são convidados a desenvolver iniciativas que promovam mudanças de comportamento, tendo em vista soluções para a crise climática e a criação de um planeta saudável.
João Marques, da equipa de programação do Pavilhão do Conhecimento, explicou à RTP que tipos de iniciativas vão decorrer nestes dois dias.
"Temos iniciativas para alunos, para famílias, em várias áreas, que tentamos que sejam diversas. Vamos falar de pessoas e de ecologia e também workshops para meter a mão na massa e na terra. Vamos dar a conhecer, neste dia dedicado à Terra, como construir combustores e tentar entender a mais-valia das minhocas neste tipo de sistemas".
Haverá também uma visita às escuras, que visa levar a reflectir sobre a parte mais humanista deste dia: desde como nos comportamos enquanto espécie ao que temos de fazer para tratar melhor a casa onde vivemos.
Pode parecer estranho, mas também se aprende às escuras. Partindo desta ideia, o Pavilhão do Conhecimento, neste Dia da Terra, quer que os visitantes cheguem de mente aberta e tragam, além da curiosidade, uma lanterna e um kit de sobrevivência.
Nesta iniciativa, que decorrerá esta sexta-feira, vai ser proposto aos visitantes que pensem o que levariam na mochila em caso de um sismo ou mesmo uma guerra. Para os ajudar a compreender as regras básicas de sobrevivência, o Pavilhão do Conhecimento convidou investigadores e ativistas que vão partilhar experiências na luta pela defesa do planeta, numa visita onde a única luz será a da lanterna dos participantes.
Ainda na sexta-feira, durante a manhã, decorrerá um workshop de role-playing para turmas dos oitavo e nono anos. O objetivo é dar a conhecer como investir no planeta para desenhar o futuro.
Os riscos que o planeta enfrenta são muitos e nunca antes foi pedido um esforço coordenado para proteger as cidades de ameaças globais.
Partindo do cenário de colapso, explorado no livro A revolta da natureza em Brimsa, o Pavilhão do Conhecimento criou uma atividade de interpretação de papéis onde, com a ajuda de especialistas, se vai falar como negociar com os diversos atores de uma cidade e salvar Brimsa das catástrofes que a ameaçam.
Já à tarde vai celebrar-se o Dia Mundial do Livro com a mediação de leitura da obra A Terra: o mundo inteiro à tua espera (Susan Martineau, Edições Lilliput), que será complementada com atividades científicas experimentais. Atividade exclusiva para algumas turmas de escolas da freguesia, ao abrigo da parceria com a Junta de Freguesia do Parque das Nações.
Meter as mãos na terra e explorar os segredos da combustagem
Todos os dias, cada português produz em média 1,4 quilos de lixo. Um valor apurado pelo INE em 2021, que corresponde, ao final de um ano, a cerca de 513 quilos de lixo por pessoa. Mais de meia tonelada, cerca de 25 por cento, é lixo orgânico.
A pensar nesta temática e no desperdício na cadeia de recuperação e transformação, o Pavilhão do Conhecimento, no âmbito da comemoração do Dia da Terra, vai dar a conhecer uma empresa, a MudaTuga, liderada por mulheres, que tem como missão consciencializar a população portuguesa para a importância da compostagem doméstica e comunitária.
O Pavilhão do Conhecimento quer também que os visitantes sintam nas mãos a terra e vejam os obreiros naturais que existem debaixo desta, na labuta diária da combustão.
Um workshop para famílias onde pôr as mãos na terra e estudar as minhocas é descobrir como a própria natureza recicla a matéria orgânica e a sua importância para reduzir quase a metade o nosso lixo, como explica João Marques, da equipa de programação do Pavilhão do Conhecimento.Saiba mais aqui sobre estes dois dias dedicados à Terra, promovidos pelo Pavilhão do Conhecimento.
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