PCP quer que Governo recalcule inflação e reforce salários e pensões este ano

Lisboa, 03 Abr (Lusa) - O PCP exigiu hoje que o Governo recalcule a inflação dos últimos três anos com base nos dados do INE sobre as despesas das famílias e reforce durante este ano os valores dos salários e pensões.

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Com base nos resultados do inquérito às despesas das famílias divulgados pelo INE, o PCP apresentou hoje no Parlamento os seus próprios cálculos, que apontam para uma subida da inflação de 2,5 para 5,1 por cento em 2007.

De acordo com o deputado comunista Agostinho Lopes, a inflação tem sido subavaliada "decorrente da desactualização do cabaz de compras, como agora é patente face à divulgação do inquérito às despesas das famílias".

O deputado do PCP referiu que foram desprezadas, por exemplo, "as prestações pagas pelas famílias que contraíram empréstimos para aquisição de habitação própria".

"Desta forma, os aumentos salariais e das pensões de reforma, já de si insuficientes, têm como referencial um valor da inflação que é muito inferior à subida de preços realmente suportada pelas famílias", acrescentou.

Agostinho Lopes defendeu que "a informação divulgada pelo INE torna urgente que o Governo promova o cálculo imediato da inflação com base nos novos ponderadores agora divulgados para as despesas das famílias", bem como "o cálculo retroactivo da inflação para os últimos três anos (2005, 2006 e 2007)".

O Governo deve depois promover "a necessária revalorização, no presente ano, dos salários e pensões que foram actualizados na base de uma taxa de inflação fictícia", defendeu.

Agostinho Lopes afirmou, no seu discurso em plenário, que houve "sistemática e deliberada subestimação das previsões da taxa de inflação por sucessivos governos nos últimos dez anos".

Contudo, questionado pelo PS se considerava de facto que essa previsão abaixo da inflação real foi feita "de forma deliberada" o deputado do PCP respondeu negativamente.

"Não há uma deliberada política de subavaliação, de subestimação da taxa de inflação", disse Agostinho Lopes.

O deputado do PCP salientou o "atraso de ano e meio" com que foram divulgados os resultados do Inquérito Quiquenal às Despesas das Famílias realizado entre 2005 e 2006.

"Porque é que o INE não publicou este inquérito em Setembro de 2006?", interrogou.

IEL.

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