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Peças com certificados falsos. Detidos suspeitos de "atentado à segurança de transporte por ar"

por Carlos Santos Neves - RTP
Nuno Patrício - RTP

A Polícia Judiciária levou esta quarta-feira a cabo buscas na TAP e deteve três suspeitos de "atentado à segurança de transporte por ar", entre outros crimes. A Operação "Voo Cego" incide sobre a alegada compra, por parte da companhia aérea, de peças para motores com certificados falsos.

As buscas tiveram lugar em diferentes regiões do país, "tendo sido detidos três suspeitos dos crimes de burla qualificada, falsificação de documentos, administração danosa, atentado à segurança de transporte por ar, branqueamento, corrupção passiva, corrupção com prejuízo do comércio internacional e fraude fiscal qualificada", lê-se em comunicado da PJ.

"A Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, realizou hoje uma operação policial, no âmbito de um inquérito dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal, para cumprimento de dez mandados de busca nas regiões de Lisboa, Margem Sul, Alentejo, Algarve e interior do país", indica a nota remetida às redações.

"Em causa estão suspeitas de fornecimento de peças e componentes aeronáuticos a companhias de transporte aéreo e às respetivas unidades de manutenção, acompanhados de documentação de certificação que se suspeita ter sido forjada", prossegue a Judiciária."Estes componentes, classificados como Suspected Unapproved Parts, não cumprirão com os requisitos exigidos pelos fabricantes originais".


Ainda segundo a PJ, esta investigação decorre "da denúncia apresentada por uma das operadoras aéreas lesadas com a atuação dos suspeitos, em 2023, na sequência da deteção, nas suas cadeias de abastecimento, de componentes não certificados, destinados a ser instalados em motores aeronáuticos, no decurso de ações de manutenção".Os detidos vão ser agora presentes a primeiro interrogatório judicial, tendo em vista a aplicação de medidas de coação.

"Em momento prévio à apresentação da denúncia, a operadora aérea comunicou a deteção dos componentes suspeitos às entidades nacionais e internacionais competentes em matéria de segurança da navegação aérea, contribuindo assim para a mitigação de quaisquer riscos e para uma rápida intervenção das autoridades de segurança aeroportuária a nível internacional", explica a polícia de investigação criminal.
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