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Pedopsicólogo diz que a crise é "justificação batoteira" para que nada mude nas prioridades políticas

por Lusa

Lagoa, 26 jun (Lusa) - O pedopsicólogo Eduardo Sá lamentou que as crianças e as famílias nunca tenham sido uma prioridade da política em Portugal, considerando que a crise é uma "justificação batoteira" para que nada mude a este nível.

"Creio que usamos a crise de forma demagógica. A carência económica não é desculpa para evitarmos definir políticas de fundo", afirmou Eduardo Sá em declarações aos jornalistas na Lagoa, Açores, à margem da palestra que proferiu segunda-feira à noite sobre a relação entre pais e filhos.

Para este especialista, a crise é "uma justificação batoteira para quem não quer, não consegue ou acha supérfluo" fazer escolhas de fundo em relação às políticas da criança e da família, alertando que "a transformação de um país começa por aí".

Eduardo Sá lamentou que um "pacto de regime" em torno da criança e da família nunca tenha sido uma prioridade "nem da esquerda, nem da direita", quando deveria ser "um imperativo nacional".

"Ainda precisamos de crescer muito para sermos um país amigo das crianças", afirmou, recordando que os governos têm "um papel preponderante" no modo como definem as políticas e acabam por elencar as prioridades.

Na palestra que proferiu perante uma plateia de pais, professores e alunos, Eduardo Sá disse faltar em Portugal uma ideia mais sensata de escola, menos tecnocrata e menos amiga das clivagens, por exemplo, entre as ciências exatas e as humanas.

A iniciativa, promovida pela Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Básica Integrada de Lagoa, pela Escola Superior de Enfermagem e pela Direção Regional da Juventude, procurou informar e sensibilizar para a importância da relação escola/família.

 

 

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