Pedro Nuno Santos defende que Moedas deve assumir responsabilidades políticas

O ex-líder socialista Pedro Nuno Santos defendeu hoje que o presidente da Câmara de Lisboa deve assumir responsabilidades políticas pelo acidente no Elevador da Glória, considerando que Carlos Moedas "é prisioneiro" das suas declarações sobre Fernando Medina.

Lusa /
Lusa

"Tenho visto algumas pessoas tentarem evitar o inevitável: a assunção de responsabilidades políticas pelo atual Presidente da CML. Moedas é prisioneiro das suas próprias declarações em 2021, quando exigiu a demissão de Fernando Medina", escreveu, nas redes sociais, o deputado e ex-secretário-geral do PS.

Pedro Nuno Santos recordou que, aquando da partilha de dados de manifestantes anti-Putin pela Câmara de Lisboa com a Rússia, Carlos Moedas dizia então que "era necessário um novo tipo de políticos, os que assumiam as suas responsabilidades, mesmo perante um `erro técnico`".

"Sobre responsabilidade política, para sabermos quem a tem neste caso, não é preciso esperar por nenhuma investigação", defendeu.

Ressalvando que não se sabe se este acidente teria sido evitado se não tivesse havido a externalização da manutenção, o antigo ministro das Infraestruturas concorda com a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Telecomunicações -- Fectrans quando esta considerou "necessária uma avaliação séria, numa área tão critica como é a da segurança".

"A Fectrans sempre foi contra a externalização da manutenção. A manutenção é mais eficaz quando beneficia do conhecimento acumulado, transmitido por sucessivas gerações de trabalhadores", apontou.

Para Pedro Nuno Santos será importante "saber quais as qualificações e experiência dos trabalhadores encarregues da manutenção, bem como o seu vínculo à empresa de manutenção".

"?Também na CP, o governo de Cavaco Silva autonomizou a divisão de manutenção com a criação da EMEF, para depois, já no governo de Passos Coelho, tentar privatizá-la. Felizmente não conseguiram. Nós, em finais de 2019, reintegramos a EMEF na CP e reforçámos a manutenção da CP com a contração de mais técnicos e com a reabertura das oficinas de Guifões", acrescentou.

O elevador da Glória, em Lisboa, descarrilou na quarta-feira, causando 16 mortos e duas dezenas de feridos.

O elevador da Glória é gerido pela Carris, liga os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de cerca de 265 metros e é muito procurado por turistas.

 


 

 

 

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