Pedro Nuno Santos: "Não devemos levar tanto a sério a extrema-direita"

por João Alexandre - Antena 1

Foto: José Sena Goulão - Lusa

O secretário-geral do PS considera que houve uma "grande mobilização" nos vários desfiles do 25 de Abril e pede que não se façam comparações entre quem desceu a Avenida da Liberdade, em Lisboa, de "forma pacífica" e um grupo de "cerca de 50 desordeiros" que participaram numa concentração de extrema-direita.

"O que é verdadeiramente importante é nós colocarmos a nossa atenção onde estavam milhares e milhares de famílias, pessoas com crianças, pessoas mais velhas. Era aí que estava a alegria de um país e de um povo que olha para o 25 de Abril com muitas conquistas conseguidas e muitos sonhos por realizar", salienta Pedro Nuno Santos.

Em declarações à margem da sessão de apresentação do manifesto eleitoral da JS, em Lisboa, o líder socialista criticou o comportamento de quem não deve ser "levado a sério".

"Só me ocorre dizer que eles falam muito da ordem, mas são os primeiros responsáveis pela desordem. Portanto, não devemos levar tanto a sério a extrema-direita. A polícia deve fazer o seu trabalho, cumprir e fazer cumprir a lei. De resto, verdadeiramente importante foi o dia de alegria que nós tivemos ontem", insistiu.

Questionado sobre o que estará a "legitimar" estes grupos, Pedro Nuno Santos argumenta: "Se calhar porque lhes damos - nós e vocês também - mais atenção do que eles merecem".
Líder socialista rejeita "silêncio" do PS sobre extrema-direita
Pedro Nuno Santos recusa, no entanto, que o pedido para não valorizar o protesto de extrema-direita não seja entendido como "silêncio" sobre os protestos.

"Não há silêncio nenhum. Se alguém combate a extrema-direita são os partidos que estavam a descer a Avenida da Liberdade, não é mais ninguém. Eu acho que vocês também não deviam estar a dividir a imagem com metade para 50 desordeiros e a outra metade para milhares e milhares de famílias que estavam a descer a Avenida da Liberdade", insistiu.
Aos jornalistas, o secretário-geral do PS disse ainda que está concentrado no objetivo de "derrotar a AD" e ter um governo "progressista" que lidere uma "mudança segura" e que governe "para todos e não apenas para alguns, como é o governo da AD".
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