Pilotos portugueses e espanhóis fardados na Cimeira Ibero-Americana

Pilotos portugueses e espanhóis vão comparecer fardados sexta-feira junto ao local onde decorre a XV Cimeira Ibero-Americana, em Salamanca, para chamar a atenção sobre o seu colega da Air Luxor Luís Santos, detido na Venezuela há um ano.

Agência LUSA /

Em comunicado hoje divulgado, o Sindicato dos Pilotos de Aviação Civil (SPAC) adianta que "uma representação dos pilotos portugueses vai deslocar-se até Salamanca, onde se encontrará com os seus colegas do Sindicato Espanhol de Pilotos da Linha Aérea, que também têm assegurado algumas diligências e divulgado informações sobre este tema que tanto preocupa" os profissionais deste sector.

Com esta iniciativa, a que se associa ainda a Associação de Pilotos Portugueses de Linha Aérea (APPLA), os profissionais portugueses e pretendem "recordar aos participantes da Cimeira, nomeadamente ao presidente da Venezuela, Hugo Chavez, bem como ao Estado português, que este drama se arrasta inexplicavelmente há demasiado tempo, e ainda sem solução à vista".

A situação do piloto português detido na Venezuela deverá ser abordada pelo presidente da República, com o seu homólogo venezuelano, Hugo Chavez, adiantou hoje Jorge Sampaio, que recomendou prudência quanto às expectativas criadas.

Também o procurador-geral da República, Souto Moura, disse hoje estar atento à situação do piloto e que em Agosto encontrou-se com o seu homólogo venezuelano, tendo havido troca de informações para incluir no processo.

O caso remonta a finais de Outubro do ano passado, quando quatro portugueses - o co-piloto Luís Santos e as três passageiras de um avião a jacto particular -, e seis venezuelanos foram acusados pelo Ministério Público venezuelano de tráfico de estupefacientes.

Foi a própria tripulação do avião que encontrou no aparelho e denunciou às autoridades um carregamento de quase 400 quilos de cocaína com destino a Portugal.

O processo envolvia ainda o piloto e a hospedeira da aeronave, que foram libertados nos primeiros dias de Novembro, enquanto o co- piloto Luís Santos permanece em prisão domiciliária desde Dezembro passado, depois de um período de dois meses numa cadeia local.

As três passageiras continuam presas numa cadeia venezuelana.

O início do julgamento, já adiado vinte vezes, está marcado para 27 de Outubro.

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