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PJ detém cinco suspeitas de venda de imóveis sem conhecimento de proprietários

por Joana Raposo Santos - RTP
Foto: Julia Solonina - Unsplash

A Polícia Judiciária deteve, no Algarve, cinco mulheres suspeitas de crimes de burla qualificada, falsificação de documentos e branqueamento de capitais no setor imobiliário. As suspeitas vendiam imóveis online a investidores estrangeiros sem conhecimento dos proprietários. Foram afetadas mais de duas dezenas de pessoas, com prejuízos estimados em mais de sete milhões de euros.

Segundo a PJ, durante pelo menos um ano uma empresária do setor imobiliário promoveu a venda de imóveis na região do Algarve, “essencialmente junto de investidores estrangeiros, sem o conhecimento dos seus proprietários, os quais foram surpreendidos com a existência de registos provisórios de venda das suas propriedades”.

“Para o efeito, a suspeita celebrou contratos de promessa de compra e venda desses imóveis em escritórios de solicitadoras localizadas na região do Algarve ou através de documentos por estas autenticados, sem conhecimento ou a intervenção dos proprietários dos imóveis, reforçando a convicção das vítimas sobre a credibilidade dos mesmos”, lê-se no comunicado da Judiciária.
Algumas das vítimas chegaram a entregar-lhe um montante superior a um milhão de euros, correspondente ao valor do respetivo sinal, “valores esses que foram apropriados pela suspeita”. As detidas irão ser presentes a primeiro interrogatório judicial com vista à aplicação de medidas de coação.

No decurso da operação foram efetuadas três buscas domiciliárias e quatro buscas em escritórios de solicitador, nas quais foi apreendido um elevado acervo documental probatório, equipamento informático, valores em numerário e joias.

Admite-se a existência de outras vítimas, uma vez que durante a operação foram localizados documentos relativos a negócios ainda desconhecidos da investigação, tendo ainda sido percecionadas tentativas de contacto de supostos clientes e verificando-se, nos últimos dias, a formalização de novas queixas por pagamentos de mais de dois milhões e setecentos mil euros”.

A operação “chave na mão” foi desenvolvida pelo Departamento de Investigação Criminal de Portimão, com a colaboração da Diretoria do Sul, no âmbito de uma investigação em curso iniciada em 2024.

Contou com a presença de vários magistrados judiciais e do Ministério Público, assim como de representantes da Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução.
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