PM de Cabo Verde promete mais investimento na digitalização dos consulados e padronização de preços

por Lusa

O primeiro-ministro de Cabo Verde, prometeu hoje, em Lisboa, mais investimento na digitalização dos serviços consulares e padronização "rápida" dos preços e suportes dos serviços consulares cabo-verdianos no mundo.

"A padronização é fazer com que os pagamentos, em termos de taxas, pelos serviços [consulares] sejam idênticos, e com o mesmo suporte e os mesmos requisitos em todas as embaixadas e consulados de Cabo Verde", especificou Ulisses Correia e Silva em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia de apresentação da aplicação móvel do Portal Consular.

Um evento organizado hoje pela embaixada do país africano em Portugal, no Centro Cultural de Cabo Verde, no qual se mostrou como, a partir de hoje, os emigrantes cabo-verdianos, a residir não só em Portugal, mas noutros países do mundo podem no seu telemóvel aceder aos Portal Consular e pedir e obter de "forma segura" os seus documentos digitais.

Perante os "bons resultados" da digitalização dos serviços consulares, que teve início em 2018, na Embaixada de Cabo Verde em Lisboa, um projeto coordenado pelo Embaixador Eurico Monteiro, o Governo "vai continuar a fazer o investimento na transformação digital", adiantou o chefe do executivo cabo-verdiano.

Para Ulisses Correia e Silva "os resultados são evidentes", comparando os tempos de espera dos pedidos de documentos em 2018 e 2019 nos serviços consulares em Portugal e os de hoje. "Nessa altura o cidadão residente no estrangeiro chegava a esperar seis meses ou um ano" por um documento, "hoje leva uma semana ou até três dias", realçou.

Mais investimento, explicou, significa também "estender este serviço as todas a comunidades onde temos representação diplomática e consular", referindo-se ao acesso por telemóvel.

E prometeu que também vai haver a "possibilidade de reforçar os recursos humanos da equipa do portal consular aqui em Portugal se for necessário".

Porque temos de calcular sempre "qual é a despesa que estamos a fazer e quais são os resultados", sublinhou. E os resultados neste caso do portal consular criado em Lisboa "são de longe superiores, porque conseguimos colocar as comunidades mais perto de Cabo Verde e tratá-los como cidadãos com direito a ter boa informação e um serviço de qualidade, com rapidez e menos custos".

Além disso, adiantou: "conseguimos fazer também com que aqueles que querem fazer negócios em Cabo Verde tenham menos resistências em termos de barreiras administrativas".

"É tudo isto que está ao alcance do digital", concluiu o primeiro-ministro cabo-verdiano.

Por isso, "não lhe posso dizer o montante, mas há o compromisso de que iremos continuar a investir", respondeu, quando questionado sobre qual o valor a investir nas diversas embaixadas.

O que garantiu também é que a "padronização" dos pagamentos e suportes em todas as representações diplomáticas de Cabo Verde no exterior vai "ser rápida", sem se querer comprometer com prazos.

Sobre a 5a edição do Fórum de Investimento de Cabo Verde (CVIF), que se irá realizar a 21 de setembro, no Harvard Club, em Nova Iorque, Ulisses Correia da Silva disse que o objetivo deste é atrair investidores americanos e também da diáspora cabo-verdiana, mas não adiantou mais pormenores.

E confirmou que o país e a empresa Microsoft vão assinar uma parceria "importante para ajudar a acelerar a transformação digital em Cabo Verde", mas só no momento próprio o Governo dará mais detalhes sobre esta.

Hoje, 25% dos pedidos de documentos de emigrantes cabo-verdianos já são feitos por meios digitais e a meta do Governo é chegar aos 50% de pedidos por esta via no próximo ano.

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