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Portugal com pior desempenho climático de sempre

por RTP
Rafael Marchante/Reuters

O aumento das emissões de gases de efeito de estufa (GEE) e do consumo energético e a atual situação de seca são as principais causas apontadas para a pior classificação de Portugal no desempenho climático, informa esta terça-feira a Quercus. O índice revela que o desempenho de Portugal declinou em quase todas as categorias avaliadas, à exceção da Política climática - categoria na qual mantém uma classificação alta.

Com uma queda de oito lugares na classificação desde o ano passado, Portugal passa a ocupar a 25.ª posição e, descendo de uma classificação de um desempenho alto para um desempenho médio, a alcançar a pior posição de sempre no Climate Change Performance Index (CCPI), divulgado no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP25), "pela associação de defesa do ambiente alemã Germanwatch, pelo NewClimate Institute e pela Rede Europeia para a Ação Climática (CAN Europe), na qual a Quercus colabora".

Na verdade, os três primeiros lugares nas classificações não foram ocupados uma vez que nenhum país se encontra "num caminho compatível com as metas do Acordo de Paris". Por essa razão, a 25.ª posição de Portugal corresponde, na realidade, à 22.ª. No entanto, continua a ser a "pior classificação de sempre para o nosso país".
Aumento da emissão de gases e do consumo energético
O fim da crise económica em Portugal levou ao "aumento do consumo energético" e à "subida das emissões de GEE". Mas, para piorar o desempenho climático de Portugal, a Quercus destaca ainda fatores como os incêndios florestais, principalmente do ano de 2017, e a seca generalizada que "levaram a um aumento do consumo de combustível fóssil".

O índice revela que o desempenho de Portugal declinou em quase todas as categorias avaliadas, à exceção da Política climática – categoria na qual mantém uma classificação alta.


Portugal tem manifestado empenho no sentido de se tornar "neutro em carbono até 2050", na eliminação do uso de carvão e em "outras medidas já legisladas" e, como sublinha a Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus), são aspetos valorizados na política nacional e "que se refletem, internacionalmente, na defesa de maior ambição para os objetivos de 2030 e 2050, a nível da União Europeia (EU)".Panorama global do desempenho climático

O relatório esclarece que, a nível global, o consumo de carvão está a diminuir e que "o boom das energias renováveis continua". Ou seja, há uma "redução das emissões de GEE na maioria (54 por cento) dos países analisados (que correspondem a 90 por cento das emissões mundiais)". No entanto, o CCPI deixa claro que, com estes resultados, é necessário "mais ambição e acelerar o passo" no sentido de melhorar o desempenho climático.

A nível mundial, os Estados Unidos da América desceram na classificação e tornaram-se o país com "pior desempenho", substituindo a Arábia Saudita. Ao pódio dos países com pior classificação junta-se ainda a Austrália.

Quanto à UE, que é a única entidade supranacional avaliada e que representa cerca de nove por cento das emissões globais de gases de efeito de estufa, o CCPI revela uma queda de seis lugares, passando a ocupar a 22.ª posição na tabela.

A Suécia, que ocupa o 4.º lugar, continua a liderar a classificação do desempenho climático, seguida pela Dinamarca, que subiu 10 posições devido à melhoria da sua política climática.

O CCPI é desenvolvido pela Germanwatch, pelo NewClimate Institute e pela CAN e avalia 57 países e a União Europeia, segundo quatro categorias: emissões de GEE, energias renováveis, uso de energia e política climática.
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