País
COVID-19
Portugal com quase mais seis mil mortos nos últimos seis meses em relação a 2019
Um estudo do Instituto Nacional de Estatística (INE) revela que entre 1 de março e 30 de agosto deste ano, o número preliminar de óbitos foi superior em 5.882 relativamente ao período homólogo de 2019. Sobre a evolução da pandemia da Covid-19 em Portugal, a análise destaca a "elevada heterogeneidade" que se verifica a nível territorial.
De acordo com a análise do INE sobre o “contexto demográfico e expressão territorial da pandemia Covid-19 em Portugal”, a mortalidade nos últimos seis meses foi ainda superior em 3.757 casos relativamente ao mesmo período de 2018. Este aumento, segundo explica o instituto de estatística, resulta sobretudo do acréscimo do número de óbitos de pessoas com idade igual ou superior a 75 anos, que representam 87 por cento do total da variação positiva nestes seis meses relativamente a 2019.
Os dados do INE – que são ainda preliminares e incluem óbitos por todas as causas – destacam ainda que em mais de metade dos municípios portugueses, o número de óbitos nas últimas quatro semanas (entre 3 e 30 de agosto de 2020) foi superior ao valor homólogo de referência, ou seja, à média para o mesmo período em 2018 e 2019. Deste conjunto de 164 municípios, destacam-se 41 onde o total de mortes foi 1,5 vezes superior. Para os restantes 144 municípios o número de óbitos registados nas últimas quatro semanas foi igual ou inferior ao observado no período de referência, refere o documento.

As mortes relacionadas com a Covid-19 são apenas uma parte deste aumento da mortalidade. A 30 de agosto, Portugal contabilizava 1.819 óbitos por Covid-19 desde que se registou o primeiro caso de infeção, o que corresponde a apenas três por cento do total das 58.124 mortes registadas nos últimos seis meses.
Sobre a pandemia em concreto, o INE fez uma leitura da evolução em Portugal, chegando à conclusão que “continua a ser caracterizada por uma elevada heterogeneidade territorial”.
O dia 2 de abril registou o valor mais elevado de novos casos acumulados de sete dias (5.618). A partir dessa data, verifica-se uma tendência progressiva global de decréscimo. Desde finais de agosto volta a observar-se uma nova tendência de aumento, registando-se a partir dessa data valores acima dos 2.500 novos casos, atingindo mesmo os 3.075 casos (correspondentes a 3,0 novos casos por 10 mil habitantes) na passada quarta-feira.
Se observarmos os novos casos relativos aos últimos sete dias por dez mil habitantes de 12 de abril a 6 de setembro, destaca-se o progressivo abrandamento de novos casos registados na AMP e, em sentido oposto, o crescimento de novos casos AML, registando esta região valores acima da média nacional desde a semana terminada a 3 de maio.
Os dados do INE – que são ainda preliminares e incluem óbitos por todas as causas – destacam ainda que em mais de metade dos municípios portugueses, o número de óbitos nas últimas quatro semanas (entre 3 e 30 de agosto de 2020) foi superior ao valor homólogo de referência, ou seja, à média para o mesmo período em 2018 e 2019. Deste conjunto de 164 municípios, destacam-se 41 onde o total de mortes foi 1,5 vezes superior. Para os restantes 144 municípios o número de óbitos registados nas últimas quatro semanas foi igual ou inferior ao observado no período de referência, refere o documento.
As mortes relacionadas com a Covid-19 são apenas uma parte deste aumento da mortalidade. A 30 de agosto, Portugal contabilizava 1.819 óbitos por Covid-19 desde que se registou o primeiro caso de infeção, o que corresponde a apenas três por cento do total das 58.124 mortes registadas nos últimos seis meses.
Em julho, por exemplo, morreram mais 2.137 pessoas do que no mesmo período de 2019, o que corresponde a um aumento de quase 26 por cento e faz deste o mês de julho com mais mortes em Portugal nos últimos 12 anos. Deste total, apenas 1,5 por cento foram vítimas diretas da Covid-19.
A Direção-Geral da Saúde atribuiu o aumento às vagas de calor que se registaram, mas há especialistas que acreditam que estes números podem ser reflexo de condicionamentos no acesso ao Serviço Nacional de Saúde.
“Elevada heterogeneidade territorial”Sobre a pandemia em concreto, o INE fez uma leitura da evolução em Portugal, chegando à conclusão que “continua a ser caracterizada por uma elevada heterogeneidade territorial”.
O dia 2 de abril registou o valor mais elevado de novos casos acumulados de sete dias (5.618). A partir dessa data, verifica-se uma tendência progressiva global de decréscimo. Desde finais de agosto volta a observar-se uma nova tendência de aumento, registando-se a partir dessa data valores acima dos 2.500 novos casos, atingindo mesmo os 3.075 casos (correspondentes a 3,0 novos casos por 10 mil habitantes) na passada quarta-feira.
A 6 de setembro de 2020, data da última atualização de dados ao nível do município, o país registou 2,4 novos casos confirmados de COVID-19 (últimos sete dias) por dez mil habitantes. O relatório do INE sublinha que em 53 municípios, o número de novos casos confirmados por dez mil habitantes foi superior a este valor.
Na Área Metropolitana do Porto (AMP) destaca-se um conjunto de 13 municípios e territórios limítrofes: Arouca, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Santo Tirso, Paredes, Lousada, Felgueiras, Paços de Ferreira, Castelo de Paiva, Penafiel, Guimarães, Vila Nova de Famalicão e Vizela no Ave. Com valores superiores a sete novos casos por dez mil habitantes, destacavam-se, ainda, os municípios de Sernancelhe (Douro) e Vimioso (Terras de Trás-os-Montes).
Já na Área Metropolitana de Lisboa (AML), do total de 18 municípios, 11 municípios apresentavam valor acima do nacional: Sintra e Amadora, com cinco ou mais casos confirmados por dez mil habitantes, seguindo-se os municípios de Vila Franca de Xira, Odivelas, Lisboa, Oeiras, Loures, Setúbal, Barreiro, Mafra e Seixal.
Já na Área Metropolitana de Lisboa (AML), do total de 18 municípios, 11 municípios apresentavam valor acima do nacional: Sintra e Amadora, com cinco ou mais casos confirmados por dez mil habitantes, seguindo-se os municípios de Vila Franca de Xira, Odivelas, Lisboa, Oeiras, Loures, Setúbal, Barreiro, Mafra e Seixal.
Se observarmos os novos casos relativos aos últimos sete dias por dez mil habitantes de 12 de abril a 6 de setembro, destaca-se o progressivo abrandamento de novos casos registados na AMP e, em sentido oposto, o crescimento de novos casos AML, registando esta região valores acima da média nacional desde a semana terminada a 3 de maio.
No conjunto de sete dias terminado a 6 de setembro, a AML representava 40 por cento dos novos casos do país. No entanto, tal como salienta o INE, ao longo das últimas semanas tem-se verificado um aumento do número de novos casos na AMP, registando-se uma aproximação dos valores de novos casos confirmados por dez mil habitantes observados para o total do país.
No total, os novos casos contabilizados nas duas áreas metropolitanas a 6 de setembro representavam mais de metade (56 por cento) do total de novas infeções observadas no país. Atualmente, Portugal contabiliza 62.813 casos de infeção por Covid-19. Destes, 22.819 são da AMP e 32.170 da AML.