Portugal Gay quer medidas da UE contra exclusão de homossexuais pela Igreja
O site homossexual "Portugal Gay" desafiou hoje a União Europeia a explicar que atitude terá perante a decisão do Estado do Vaticano de excluir dos seminários e do sacerdócio todos os que revelem tendências homossexuais.
Em comunicado, o Portugal Gay questiona como é que, "depois de tantos anos de negociações para alterar a legislação de novos e potenciais estados-membros na área dos direitos humanos", a UE vai agora lidar com "um mini-Estado no centro da Europa que desafia todas estas medidas".
A organização pergunta ainda "como vai reagir o Estado português, em particular, cuja Constituição proíbe esta e outras discriminações".
"A Igreja Católica Apostólica romana, na falta de respostas suas aos problemas actuais da sociedade, voltou a usar o seu bode expiatório predilecto e que tanto diz que querem ser +respeitados e amados+, os homossexuais", acrescenta o comunicado.
De acordo com um documento aprovado pelo Papa Bento XVI a 31 de Agosto e terça-feira divulgado pela agência católica Adista, a Igreja "não poderá admitir no seminário e nas ordens sagradas aqueles que pratiquem a homossexualidade, apresentem tendências homossexuais enraizadas ou apoiam o que se chama a +cultura gay+".
Sublinha que, embora os homossexuais tenham direito ao "respeito", a igreja considera os "actos" homossexuais como "pecados graves" e em todos os casos a homossexualidade como uma "desordem".
"A Igreja ainda nos consegue surpreender ao fim de tantos anos, ao fim de tantos escândalos. Ainda tem de quando em vez uns surtos ignóbeis de completa falta de maturidade e sentido social", refere o Portugal Gay.
Segundo a organização, "a história recente mantém a mais triste tradição" da Igreja, com "posições públicas absurdas em relação à sida e anos de abusos de menores ignorados na Irlanda e julgados nos Estados Unidos, Canadá, Alemanha e França".