Portugueses ilegais no Canadá deverão ser deportadas em Julho

O conselheiro das Comunidades Portuguesas no Canadá Laurentino Sousa Esteves admitiu hoje que várias famílias portuguesas em situação ilegal deverão ser deportadas daquele país no final do ano lectivo, tal como o governo canadiano tinha anunciado.

Agência LUSA /

Laurentino Sousa Esteves explicou à agência Lusa que em Abril passado, altura em que deportou vários imigrantes ilegais, o governo canadiano permitiu q ue os portugueses ilegais com filhos em idade escolar ficassem no Canadá até ao fim do ano lectivo.

"As aulas terminam entre o fim de Junho e o início de Julho, altura em que deverão aumentar as deportações dos portugueses ilegais", afirmou o conselhe iro, que desconhece quantas famílias poderão ser expulsas do país.

"As deportações não só continuaram, como vão aumentar", salientou o mem bro daquele órgão de consulta do Governo.

Desde Março que dezenas de portugueses que estavam em situação ilegal n o Canadá, especialmente na região de Toronto, estão a ser deportados.

De acordo com Laurentino Esteves, em Abril foram deportados 70 portugue ses, em Maio 50 e nas duas primeiras semanas de Junho 17 emigrantes.

Número que, segundo o conselheiro, "não corresponde à realidade", uma v ez que as autoridades canadianas não estão a fornecer ao Consulado de Portugal e m Toronto todos os dados sobre os portugueses expulsos.

Laurentino Esteves destacou ainda que em Março os primeiros voos com de portados foram fretados pelo governo canadiano e eram directos, enquanto nos últ imos dois meses os voos fazem escalas em outros países, sendo difícil de control ar.

"Uma manobra de diversão do governo canadiano" para que se desconheça a o certo o número de famílias portuguesas que estão a ser expulsas, realçou, adia ntando que a visita do Ministro dos Negócios Estrangeiro português, Freitas do A maral, ao Canadá para tratar esta questão teve "poucos resultados".

Pediu ainda ao Governo português para que exija de Otava o número exact o de portugueses deportados e que nos aeroportos existam técnicos para apoiar os recém-chegados.

De acordo com o conselheiro, a maioria dos portugueses deportados são j ovens, trabalha na construção civil, vive há cerca de cinco anos no Canadá e são das regiões Norte e Centro do país.

Contactado pela Lusa, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeir os escusou-se a fazer qualquer comentário.

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