Portugueses podem viajar para o Brasil sem vacina contra febre amarela

Os portugueses podem viajar para o Brasil sem necessidade da vacina contra a febre amarela, consideram as autoridades sanitárias portuguesas após os receios levantadas pela morte em Brasília de uma pessoa com aquela doença infecciosa.

RTP /
Autoridades brasileiras afastam receios a poucas semanas do Carnaval RTP

Quando milhares de portugueses se preparam para viajar para o Brasil para os festejos de Carnaval - e após terem sido detectados vários casos suspeitos de febre amarela - os receios de infecção nas zonas urbanas foram dissipados pelas autoridades dos dois países, que garantem apenas existir risco de adoecer em zonas rurais e floresta.

Nesse sentido, com base em informações do Ministério brasileiro da Saúde, a Direcção-Geral de Saúde sublinha que apenas existe risco de contágio com a febre amarela para "as pessoas com actividades em áreas de floresta", mas "não existe risco" em zonas urbanas.

A mesma indicação foi colhida junto do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), que por essa razão apenas aconselha a vacinação a pessoas que planeiam deslocar-se até zonas rurais. "Normalmente, os portugueses vão para as zonas urbanas" do Brasil, onde não existe risco de infecção, afirmou o director do IHMT, Jorge Torgal.

Aquele responsável explicou então que os portugueses que pretendem viajar até ao Brasil devem vacinar-se se se tratar de turistas que vão para a zona da Amazónia, composta quase na totalidade por zonas rurais.

Morte em Brasília accionou todos os alertas

Os receios dos últimos dias foram levantados com a morte de uma pessoa com febre amarela, em Brasília, levando à televisão e rádio o ministro brasileiro da Saúde para tranquilizar a população. José Gomes Temporão garantiu que "não existe o risco de epidemia".

O Ministério brasileiro da Saúde tem conhecimento de 24 notificações sobre casos de febre amarela. Dois estão confirmados, um em Brasília, que resultou na morte de uma pessoa e outro em São Paulo, com o paciente a ser tratado com sucesso. Cinco casos foram descartados e outros 17 estão a ser investigados.

O ministro esclareceu ainda que "o Brasil não tem casos de febre amarela urbana desde 1942".

Zonas de risco

O Ministério brasileiro da Saúde aponta como zonas de risco a Região Norte do Brasil, a Região Centro Oeste, Maranhão, Minas Gerais, Sul do Piauí, Oeste e Sul da Bahia, Norte do Espírito Santo, Noroeste de São Paulo, Oeste dos estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

No entanto, ao serem vacinadas, as pessoas ficam protegidas durante dez anos contra o flavivírus da febre amarela, doença infecciosa que se apanha através da picada do mosquito.

O ministro José Gomes Temporão assegurou que as autoridades brasileiras montaram "uma grande barreira sanitária nas áreas de risco, protegendo estados e municípios contra a febre amarela".

Risco nulo de brasileiros que entrem em Portugal

No que respeita aos cidadãos brasileiros que viajam para Portugal oriundos do Brasil, estes não representam qualquer perigo para a saúde pública nacional. A explicação é simples, o vírus não se transmite entre humanos.

O director do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), Jorge Torgal, esclareceu em entrevista à Lusa que "não existe transmissão homem a homem".

"Mesmo que viajasse para Portugal um cidadão infectado, este não poderia infectar outras pessoas, nem sequer os outros passageiros do avião", exemplificou aquele especialista.

Entretanto, Jorge Torgal aconselha todos os que vão viajar para o Brasil e mantêm dúvidas sobre esta questão para que façam uma visita às consultas do viajante, no sentido de verem esclarecidas todas as suas dúvidas sobre a situação.
PUB