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Grândola. Projeto da Mina da Lagoa Salgada gera preocupações com necessidades de água
O novo executivo da Câmara de Grândola quer travar o projeto da Mina da Lagoa Salgada e para isso pede uma reavaliação do PIN - Estatuto de Potencial Interesse Nacional que abre caminho ao licenciamento ambiental.
Arlinda Brandão - Antena 1
O novo presidente da Câmara, Luis Vital mostra preocupação com a água que vai ser necessária. "A questão da água, não só a quantidade, a fonte de abastecimento que o projeto necessita, mas também uma questão muito crítica para nós que é o facto de o túnel de acesso à zona mineira ter de atravessar todos os lençóis freáticos daquela zona", explicou
O projeto reformulado da Mina da Lagoa Salgada, nos concelhos de Grândola e Alcácer do Sal, para explorar cobres e outros metais, com processamento sem cianeto está em consulta pública até 27 de novembro.
Os serviços camarários de Grândola contam com o apoio de uma equipa especializada em estudos de impacte ambiental, com experiência na área das minas, para emitir um parecer rigoroso e fundamentado com as preocupações do município face ao projeto da Mina da Lagoa Salgada.
Segundo o Resumo Não Técnico do EIA, a reformulação do projeto inclui alterações ao processo de tratamento mineralúrgico, o reforço das medidas de proteção do aquífero, mudanças no método de deposição de resíduos no aterro e uma redução da área de ocupação.
Entretanto, o presidente da Câmara de Grândola reuniu com a AICEP Portugal Global, gestora dos projetos de interesse nacional e formalizou por escrito, um pedido de reavaliação do reconhecimento do estatuto PIN à Mina da Lagoa Salgada, segundo o município.
O autarca Luis Vital já pediu audiências com caráter de urgência à ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho e ao presidente da Comissão Parlamentar de Ambiente e Energia, Salvador Malheiro.
A produção estimada para a Mina da Lagoa Salgada é de 5.480 toneladas diárias de minério, durante uma vida útil de 11 anos, iniciada após uma fase de construção com cerca de dois anos.
O promotor se tudo correr como previsto, aponta o início da construção para o 1.º trimestre de 2026 e o arranque da exploração mineira no 2.º semestre de 2027 por um prazo de 11 anos.