Presidente da Autoridade de Proteção Civil pediu demissão

por RTP
Bombeiros combatem um incêndio no pinhal da zona urbana das Gaeiras, Marinha Grande, 16 de outubro de 2017. Lusa

O presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil pediu a demissão com efeitos imediatos, apurou a RTP. Joaquim Leitão remeteu a carta de demissão ao Ministério da Administração Interna. Todavia, como Constança Urbano de Sousa já se tinha demitido, o documento seguiu diretamente para o gabinete de António Costa.

Joaquim Leitão, um coronel considerado próximo de António Costa, tem sido apontado como um dos principais responsáveis pelo deficiente combate aos incêndios este verão e ocupou o cargo durante cerca de um ano.António Costa está em Bruxelas e por isso ainda não assinou o despacho de exoneração.

Substituiu em outubro de 2016 o general Grave Pereira, que se demitira no início de setembro desse ano, em clara rutura com a então ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.

Caso fosse demitido depois de 24 de outubro, o presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil teria de receber uma indemnização de cerca de 145 mil euros.

Na última década Joaquim Leitão cruzou-se várias vezes com António Costa, que o nomeou para diferentes cargos direta e indiretamente.

Em 2005, quanto o atual primeiro-ministro era ministro Administração Interna, Joaquim Leitão foi adjunto do gabinete do secretário de Estado do MAI. No ano seguinte, sob a mesma tutela, foi nomeado 2.º comandante de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

Já em 2008, quando António Costa era presidente da Câmara de Lisboa, Joaquim Leitão foi nomeado comandante do Regimento de Sapadores Bombeiros - o qual depende da autarquia da capital -, cargo que ocupou durante seis anos.

O coronel foi ainda subdiretor da Escola de Serviço de Saúde Militar. Em janeiro de 2016 voltou ao MAI, de novo como adjunto na Secretaria de Estado, até regressar em outubto à Proteção Civil, dessa vez como presidente.
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