Presidente da Câmara de Almada quer Metro na Costa de Caparica
A presidente da Câmara Municipal de Almada manifestou o desejo de que o sucesso do Metro Sul do Tejo, inaugurado hoje, permita a futura ligação à Costa de Caparica, um troço que não está incluído no plano inicial.
Maria Emília Neto de Sousa considerou, à margem da inauguração do primeiro troço da obra, que liga, neste momento, Corroios à Cova da Piedade, que a extensão da linha do Monte de Caparica até à Costa é essencial, estando já "prevista no Plano de Desenvolvimento Sustentável da Costa de Caparica".
Confrontada com o facto de esta possível extensão não estar sequer prevista no plano inicial de rede do Metro Sul do Tejo (MST), estando contempladas, por outro lado, as ligações à Moita e Barreiro, num prazo até 2032, a autarca desvalorizou, referindo que a extensão de linhas "está prevista e consignada".
"De momento, a concessionária tem exploração até ao Lavradio (Barreiro), mas a extensão dos troços iniciais é possível e estamos no bom caminho no que toca a negociações", referiu a presidente de Câmara.
O final do ano, altura em que já estará em funcionamento a extensão do trajecto inaugurado hoje, e que irá até ao campus da Universidade Nova do Monte de Caparica, foi a data apontada para "outros anúncios", visto que um seguimento do Metro até à Costa de Caparica terá de ser forçosamente feito através de um trajecto entre o Monte e a Costa de Caparica.
Maria Emília de Sousa congratulou-se com a inauguração do metropolitano "que irá servir não só Almada, mas toda a Área Metropolitana de Lisboa", apesar de este servir um número restrito de utentes por agora. Apesar disso, a autarca mostrou-se "segura" de que este troço terá "muita afluência".
A maioria da qualidade de vida da população, a atracção de mais jovens para o pólo universitário do Monte de Caparica e o desenvolvimento económico da região foram as principais razões apontadas por Maria Emília de Sousa para o sucesso da obra, que só estará completa em Dezembro de 2008, três anos depois da data inicialmente prevista no contrato de concessão.
Por outro lado, o presidente da Câmara Municipal do Seixal, Alfredo Monteiro, alinhou no mesmo discurso, mostrando-se, também ele, satisfeito com um projecto "nacional, acompanhado há mais de 20 anos".
No entanto, o autarca voltou a reiterar o desagrado pelo facto de grande parte das anomalias detectadas pelos município no traçado que percorre o concelho do Seixal (264), não terem sido resolvidas "em tempo útil", o que tem levado a Câmara a recusar receber a obra no que a arranjos exteriores diz respeito.
"São duas situações completamente distintas. Por um lado, aplaudimos esta inauguração que desejávamos há muito tempo, mas, por outro, não podemos assumir que estão reunidas todas as condições, visto que existem problemas por resolver ao nível da qualidade da obra", referiu Alfredo Monteiro.
O preço dos bilhetes também foi outra questão discutida pelo autarca do Seixal, visto que os preços actuais são semelhantes aos que irão ser praticados pela concessionária quando a primeira fase da obra estiver completamente concluída, "o que não é, por agora, atractivo".
O autarca referiu genericamente a necessidade de revisão dos tarifários nos transportes públicos da Margem Sul do Tejo, visto que "os preços mais acessíveis é que fazem os utentes optarem entre os transportes e os seus veículos", e o MST não é excepção à regra.
"Nós defendíamos um tarifário menos pesado para este troço, visto que, no começo, estes preços serão pouco atractivo comparando com o facto de serem valores mantidos quando tivermos toda a rede a funcionar em pleno", disse Alfredo Monteiro, acrescentando que "um transporte público que onere o custo de vida da população não será nunca atractivo".
A presidente da concessionária, José Luís Brandão, defendeu-se desta posição, alegando que a decisão de fixar o preço dos bilhetes para este troço na mesma tabela que a que será explorada no final de 2008, foi uma "opção governamental e contratual, independentemente do troço ser mais apertado que o definido".