Presidente da Câmara de Santiago do Cacém quer ver alterada decisão de encerrar escolas
O presidente do município alentejano de Santiago do Cacém, Victor Proença, exigiu à Direcção Regional de Educação do Alentejo (DREA) que altere a decisão de encerrar cinco escolas no concelho.
"A Câmara Municipal deu um prazo até à próxima quarta-feira para a DREA rever este assunto, com resposta por escrito", disse o autarca à agência Lusa, depois de, quarta-feira à noite, a mesma posição ter sido defendida num debate sobre o encerramento de escolas.
Das seis escolas previstas encerrar no concelho de Santiago do Cacém, de acordo com o Reordenamento da Rede Escolar 2007/08, o município discorda do fecho da maioria.
"Concordamos apenas com o encerramento da Escola Primária da Aldeia do Cano, perto de Cercal do Alentejo, mas estamos contra o fecho das restantes", disse.
O autarca alegou que se trata de estabelecimentos integrados na rede de escolas rurais, com Internet e refeições.
"Algumas delas têm mais de 11 alunos, não são escolas isoladas. Ficam nos locais onde as pessoas nasceram e foram criadas", sublinhou.
A posição da autarquia foi corroborada no debate de quarta-feira à noite, em Brescos, pelos populares presentes.
"Foi uma pequena demonstração da nossa força. Este é um problema que uniu os pais dos alunos, as juntas de freguesia, os professores e a restante comunidade, que deu provas da sua discordância da medida anunciada pela DREA", frisou o autarca.
Presente no encontro, o director da DREA, José Verdasca, comprometeu-se, segundo o autarca, a ponderar sobre a decisão comunicada em Maio à autarquia.
"De modo algum descansado" com a garantia, Vítor Proença aguarda uma resposta da DREA e afiança que "o município não descansará enquanto o Ministério da Educação não assegurar a manutenção das cinco escolas".
"Estamos dispostos a denunciar publicamente esta questão e a lutar até ao fim. Se for necessário, iremos ao Ministério, em protesto", asseverou.
O Conselho Municipal de Educação de Santiago do Cacém aprovou recentemente por maioria uma deliberação em que "lamenta e rejeita o procedimento unilateral da DREA sobre a suspensão de várias escolas do primeiro ciclo do concelho".
O presidente da autarquia enviou igualmente um ofício àquele organismo opondo-se à decisão e lastimando que o assunto "não tenha sido objecto de qualquer tentativa de negociação" com o município.
Também a Assembleia Municipal de Santiago do Cacém aprovou, por unanimidade, uma moção contra o encerramento das escolas.
Caso se concretize o encerramento, alguns dos alunos passarão a ter de percorrer 26 quilómetros para chegar a nova escola.