Presidentes de junta "alarmados" com consequências do desvio de trânsito da Baixa - PSD

Lisboa, 22 Jan (Lusa) - A maior parte dos presidentes de juntas de freguesia abrangidas pelo plano da Câmara de Lisboa para desviar o trânsito da Baixa estão "alarmados" com as consequências desta medida, revelou a vereadora social-democrata Margarida Saavedra.

© 2009 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A. /

"Os autarcas não se tinham apercebido das consequências que esta medida iria ter para as suas freguesias em termos de desvios de trânsito e todos eles se mostraram profundamente preocupados e alarmados", disse à Lusa Margarida Saavedra, depois de uma reunião com presidentes de junta das freguesias afectadas.

"O plano da retirada de trânsito foi muito publicitado, mas foram pouco publicitadas as consequências do desvio do trânsito pela cidade. Foi tudo de forma subtil", afirmou a vereadora, sublinhando que o plano prevê, por exemplo, "mais 1.000 carros por dia na Avenida Fontes Pereira de Melo e 48 carros/hora na Álvares Cabral".

"Alguns consideraram que estas alterações vão tornar inabitáveis as freguesias onde estão", afirmou, acrescentando que cada autarca vai agora elaborar um documento com a sua posição para posteriormente ser proposto um debate público desta situação.

"Queremos que esses debate publico seja publicitado. A câmara esqueceu-se de explicar por onde vai passar o trânsito que deixa a Baixa. É preciso perceber o preço que se vai pagar por isto", disse margarida Saavedra.

A autarca sublinhou ainda que, com o plano apresentado pela Câmara de Lisboa, o trânsito "vai ser desviado para zonas que já tem situações complicadas neste momento e não comportam mais automóveis".

"Há zonas que estão a ser reabilitadas para habitação e podem deixar de o ser se essas vias se transformarem em vias de atravessamento", disse, exemplificando: "A Câmara tem feito um esforço para chamar as pessoas para as Avenidas Novas e agora está previsto o abate central de árvores nalgumas zonas para criar mais faixas de rodagem".

Apesar de reconhecer que "aparentemente" o plano melhorará o trânsito no Terreiro do Paço, Margarida Saavedra afirmou que "não irá melhorar no caso da Baixa".

"Até os comerciantes receiam perder clientes. Toda a cidade vai pagar por isto porque não se pode desviar o trânsito sem criar infra-estruturas suplentes", afirmou.

O plano estabelece um corte na ligação da Baixa à frente ribeirinha para o tráfego automóvel, à excepção dos transportes públicos.

Prevê igualmente que os automóveis particulares só possam ir na direcção Santa Apolónia/Cais do Sodré/Alcântara, e vice-versa, pela Ribeira das Naus, e que o estacionamento na zona fique reservado a moradores e comerciantes.

SO.


PUB