Segundo o delegado de Saúde de Vila Nova de Cerveira, Alberto Vasconcelos, as análises feitas naquele Instituto ao presunto e ao sangue das pessoas vítimas da referida intoxicação alimentar "confirmaram definitivamente o diagnóstico" feito nos primeiros dias do mês.

O presunto foi ingerido a 01 de Janeiro por um grupo de familiares e amigos que se juntaram numa residência em Gondar, Vila Nova de Cerveira, para festejar o ano novo.

Nesse mesmo dia, a dona da residência morreu, o que causou algum alarmismo entre a população, mas Alberto Vasconcelos garante que se tratou apenas de "uma infeliz coincidência" e que a morte "não teve nada a ver" com o presunto.

"Essa morte foi por enfarte do miocárdio", disse o delegado de saúde.

A intoxicação, designada botulismo pelos médicos, só foi diagnosticada dia 05, no Centro Hospitalar do Alto Minho (CHAM), porque, como explicou Alberto Vasconcelos, essa é uma patologia que demora "pelo menos 18 a 36 horas a manifestar-se", havendo mesmo casos em que só é diagnosticada oito ou dez dias depois.

De acordo com a responsável pelo gabinete de Relações Públicas do CHAM, Elisabete Trigueiro, dos cinco doentes internados, um teve alta na segunda-feira, encontrando-se os restantes quatro "a evoluir favoravelmente".

O caso mais grave era o de um jovem de 24 anos que, entretanto, também contraiu uma pneumonia, embora já esteja "bem melhor" e "já respire espontaneamente", tendo já abandonado a Unidade de Cuidados Intensivos.

Os doentes são do sexo masculino, têm idades compreendidas entre os 22 e os 39 anos e residem nas freguesias de Candemil e Sapardos, no concelho de Vila Nova de Cerveira.

O botulismo é uma forma grave, embora extremamente rara, de intoxicação alimentar, causada pela ingestão de uma toxina produzida pela bactéria Clostridium Botulinum.

Em vez de afectar o intestino, como os outros tipos de intoxicação alimentar, o botulismo ataca o sistema nervoso e manifesta- se em sintomas como perturbações visuais, nomeadamente a visão de imagens em duplicado, dificuldades em engolir, respirar e falar.

Em casos de maior gravidade, o botulismo pode manifestar-se por paralisia respiratória e conduzir à morte.