Primeiro de Janeiro desiste de processo contra três jornalistas por alegada difamação

Porto, 30 Jan (Lusa) - O jornal O Primeiro de Janeiro, do Porto, desistiu da queixa no processo de difamação que tinha apresentado contra três jornalistas por alegada difamação, disse hoje à Lusa uma fonte judicial.

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Segundo a advogada de defesa dos três jornalistas, Daniela Carvalho Teixeira, com esta iniciativa do matutino portuense termina o processo.

A advogada de defesa, que hoje compareceu no tribunal onde deveria ter-se iniciado o julgamento, acrescentou que as custas judiciais serão suportadas pela empresa.

No tribunal não se encontrava presente qualquer representante da empresa proprietária do jornal, pelo que a Lusa não pode obter qualquer comentário da parte da acusação.

Em declarações à Lusa Ricardo Simães, um dos jornalistas acusados de difamação, considerou que com o fim do processo, "ficou claro que não havia intenção de difamar ninguém mas apenas denunciar factos".

Os três jornalistas eram acusados, pelo jornal, de difamação e ofensa a pessoa colectiva, estando em causa o que aqueles profissionais escreveram no blogue http://diariodeumjornalista.blogspot.com, em Abril de 2004.

A acusação referia que no post, do dia 21 de Abril, "são feitas graves afirmações que não correspondem à verdade acerca do jornal, designadamente sobre o Departamento de Publicações Especiais e o seu responsável, as quais são ofensivas e atingem a credibilidade e o prestígio do jornal".

Os três jornalistas, dos quais dois foram despedidos alegadamente pelo que escreveram no blogue, enquanto o terceiro já não trabalhava no jornal à data dos factos, afirmaram, em declarações à Lusa produzidas no final de Janeiro, que apenas relatavam naquele espaço "as experiências de trabalho" vividas.

No post do dia 21 de Abril, um dos arguidos, Ricardo Simães, referia-se ao despedimento, do Primeiro de Janeiro, de Joel Pinto e Sérgio Moreira, denunciando "o ambiente ditatorial" vivido no diário.

A acusação reclamava uma indemnização de 22 mil euros, 12 mil dos quais referentes a "danos patrimoniais".

Referia ainda que o blogue "causa e causou graves prejuízos económicos", afirmando mesmo que "provocou "cerca de 60 por cento de perda de receitas publicitárias", entre Maio de 2004 a Junho de 2005.

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