Primeiros dados mostram adesões entre os 50 e os 100 por cento

Lisboa, 30 Nov (Lusa) - A greve de hoje da Função Pública está a ter uma adesão que varia entre os 50 e os 100 por cento, levando ao encerramento de tribunais, escolas, consultas hospitalares serviços municipais e deixando o lixo por recolher em muitas localidades.

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As três estruturas sindicais da administração pública que convocaram a paralisação ainda não têm condições para avançar com dados globais mas, tendo em conta os dados recolhidos até às 12:00, informaram a agência Lusa de a adesão à greve varia entre os 50 e os 100 por cento consoante os sectores e a localização geográfica dos serviços.

Os tribunais são um dos sectores onde se sentem mais os efeitos da greve, que causou o encerramento de dezenas deles por todo o país, disse à Lusa fonte da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública.

Vila do Conde, Gondomar, Aveiro, Viseu, Almada, Abrantes e os TIC de Lisboa e do Porto são alguns dos tribunais que estão encerrados.

Segundo informação do sindicato dos Trabalhadores Judiciais, nenhum trubunal do país registou uma adesão inferior a 75 por cento.

As escolas e a saúde cumpriram a tradição de elevada adesão a greves, e também desta vez "estão encerradas dezenas e dezenas de escolas um pouco por todo o país".

De acordo com a mesma fonte sindical, muitos hospitais estão estão só com serviços mínimos e asseguram as urgências, verificando-se o encerramento das consultas externas e dos serviços administrativos, e muitos centros de saúde estão encerrados.

A greve da função pública teve início antes das zero horas de hoje na área dos serviços de higiene pública, devido à estrutura do trabalho por turnos.

A adesão dos trabalhadores dos serviços de higiene urbana e de saneamento à greve da função pública registava, às 23:00 de quinta-feira, índices de cem por cento em mais de dez concelhos, informou o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).

Segundo o responsável do STAL, Francisco Brás, os turnos nocturnos de recolha de lixo e limpeza de ruas não arrancaram pelo menos em Sintra, Amadora, Coimbra, Loures, Mourão, Vendas Novas, Arraiolos, Évora, Montemor e Almada, enquanto a adesão em Ponta Delgada e Braga rondava, à mesma hora, os 95 por cento.

A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP), a Frente Sindical da Administração Pública (UGT) e o sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (UGT) marcaram esta greve conjunta "contra a intransigência do Governo nas negociações salariais".

Os sindicatos queixam-se nomeadamente de a equipa negocial do Ministério das Finanças ter iniciado o processo com uma proposta de aumentos salariais de 2,1 por cento e de ter encerrado as negociações com o mesmo valor.

A última greve convocada pelas três estruturas sindicais realizou-se a 09 e 10 de Novembro de 2006 contra o aumento salarial de 1,5 por cento que o Governo decidiu aplicar, apesar de a inflação prevista nessa altura ser de 2,1 por cento.

A greve de hoje conta com a adesão do Sindicato Independente dos médicos e do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos.

O Governo vai fazer um primeiro balanço sobre a adesão à greve por volta das 13:00 e os sindicatos farão um balanço global às 15:00

RRA.

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