Promotor de empreendimento na Infante Santo pagou hoje taxas à Câmara
O promotor do empreendimento da Avenida Infante Santo pagou hoje as taxas em falta à Câmara de Lisboa, no valor de 600 mil euros, o que deverá permitir o levantamento do embargo da obra anunciado quarta-feira pela autarquia.
"As taxas foram hoje pagas", disse à Lusa fonte próxima da promotora imobiliária Portbuilding, informação entretanto confirmada por fonte oficial da Câmara de Lisboa.
Questionado sobre a notícia avançada hoje pelo Diário Económico, segundo a qual a promotora preparava a instauração de um processo judicial à Câmara de Lisboa, pedindo indemnizações pelo embargo, a mesma fonte não confirmou a interposição dessa acção judicial.
O presidente da Câmara de Lisboa, Carmona Rodrigues, anunciou quarta-feira o embargo do empreendimento da Avenida Infante Santo por falta de alvará, na sequência de um relatório da Provedoria de Justiça que apontou irregularidades na obra.
Após o pagamento das taxas em falta, na ordem dos 600 mil euros, a câmara emitirá o alvará de construção, o que permitirá o levantamento do embargo total da obra, mantendo-se, no entanto, um embargo parcial.
O embargo de uma parte da obra, que será mantido, é motivado pela construção de uma piscina não prevista no projecto aprovado inicialmente, detectada por uma fiscalização dos serviços camarários.
A questão das alegadas irregularidades neste processo foi suscitada após a divulgação de um relatório da Provedoria de Justiça que acusava a gestão da Câmara Municipal de Lisboa de ter ilibado o promotor imobiliário do pagamento da Taxa de Realização de Infra- estruturas Urbanísticas (TRIU) na construção do empreendimento da Infante Santo.
Em causa estava o alegado favorecimento pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa do promotor do empreendimento com prejuízo do interesse público, o que Carmona Rodrigues negou quarta-feira.
A autarquia aceitou uma garantia bancária do promotor do empreendimento, estando previsto que a empresa cedesse à Câmara dois prédios em Campo de Ourique, em vez de dinheiro, para pagamento da TRIU.
Apesar de considerar que esta solução é "perfeitamente legal", Carmona Rodrigues sublinhou que a garantia bancária "demonstra, ao contrário do que se pretende insinuar no relatório, que se procurou salvaguardar o pagamento dessa taxa e a consequente arrecadação da receita".
No entanto, o promotor transmitiu em Junho à autarquia o seu "manifesto desinteresse" nesta solução, acrescentou.
Sobre a alegação da Provedoria de que os imóveis teriam um custo superior - de cerca de 900 mil euros - ao da taxa, o presidente esclareceu que o valor resultou de "uma avaliação, solicitada pela Câmara a uma empresa privada".