Proprietário de viveiros no Raso acusa Champallimaud de cortar telefone
Homens alegadamente ao serviço da Quinta da Marinha cortaram hoje as ligações telefónicas de uma empresa de viveiros de marisco perto do farol do Cabo Raso, em Cascais, testemunhou a Lusa no local.
De acordo com o proprietário dos viveiros, que se encontram localizados em domínio público marítimo, trata-se de "uma vingança" pelo facto de a Quinta da Marinha, propriedade de Miguel Champallimaud, ter sido notificada para retirar a vedação que tinha colocado à volta do farol do Cabo Raso, o que deveria acontecer hoje.
O proprietário disse à Lusa que os viveiros, que gere desde 1975, estão "devidamente legalizados", estando contemplados no Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC).
Fonte da Polícia Marítima, que foi chamada ao local, disse à Lusa que é "a segunda vez" que os cabos de telefone são cortados a este empresário de viveiros.
Carlos Albuquerque, presidente do Parque Natural de Sintra- Cascais, na área do qual o farol se insere, disse à Lusa que "a esfera de competências para as decisões em relação a este caso já passaram para a presidência do Instituto de Conservação da Natureza".
A Quinta da Marinha colocou em Setembro do ano passado uma vedação em torno do farol, reforçando-a mais tarde com arame farpado.
Em declarações anteriores à Lusa, o responsável do Parque Natural explicou que o proprietário da Quinta da Marinha recebeu quatro notificações para retirar a vedação ao farol, que, apesar de se encontrar num local classificado como domínio público marítimo, está construído em terrenos privados da Quinta da Marinha.