Protesto à porta do IHRU em Lisboa e no Porto pede apoios à renda da casa

O protesto do movimento "Porta a Porta - Casa Para Todos" ocorre em Lisboa e no Porto junto ao Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana e pretende denunciar o fim do apoio especial à renda que era dado a milhares de portugueses, bem como a falta de meios e recursos do IRHU para o atendimento à população.

RTP /
Foto: João Marques - RTP

O movimento de cidadãos que convocou o protesto luta pelo direito universal à habitação digna. 

Em Lisboa, dezenas de pessoas estão desde madrugada à porta do IHRU para conseguirem uma das 20 senhas diárias para atendimento. 
O protesto decorre entre as 7h30 e as 9h30 e exige um serviço que dê resposta aos pedidos de apoio à renda. Serão enviadas cartas à secretária de Estado da Habitação e ao ministro das Infraestruturas e Habitação. 
"Só há dois atendimentos em todo o país"
Em declarações à RTP, André Escoval, porta-voz do Movimento Porta a Porta, sublinha que se pretende com este protesto "alertar para um problema nacional". 

"O Governo avançou com o programa de apoio especial à renda, que é um programa nacional, e que nos últimos meses foi cortado subitamente a dezenas de milhares de pessoas por todo o país", vincou.

Perante este corte, os "canais de resposta" não estão a funcionar. André Escoval denuncia que o atendimento por internet ou telefone é inexistente. 

Em presencial "só há dois atendimentos em todo o país para um problema que é nacional", em Lisboa e no Porto. 

André Escoval alerta para a falta de financiamento no IRHU e aponta para a falta de soluções no Orçamento do Estado para 2026
, que começa a ser discutido esta terça-feira na generalidade, no Parlamento. 

"Precisamos de investimento e precisamos de um instituto público de habitação com recursos e dotado de meios", acrescentou. 
"Não consigo sobreviver sem essa ajuda"

No Porto, a RTP falou com Rosa Soares, há dois meses sem receber o apoio para o pagamento da renda. Há dois meses desempregada, Rosa Soares recebe o rendimento mínimo de 247 euros e paga 273,13 euros de renda. 

"Mais água, mais luz, mais medicação... eu não consigo sobreviver sem essa ajuda", conta Rosa Soares, que até setembro recebia um apoio 190,9 euros. 

Raquel Ferreira, do Movimento Porta a Porta, salienta à RTP que o objetivo deste protesto é "dar visibilidade" à falta de meios e recursos do IRHU para dar resposta aos problemas da população. 
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