PSD acusa Governo de se desculpar com a oposição e com o Presidente da República

Lisboa, 11 Set (Lusa) -- O PSD acusou hoje o Governo de não assumir as suas responsabilidades em matéria de segurança, desculpando-se com a oposição e com o Presidente da República, Cavaco Silva, numa "estratégia de passa-culpas".

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"O Governo demonstra, e em particular o senhor ministro da Administração Interna, que não estão em condições de gerir e de resolver esta crise de segurança", defendeu o líder parlamentar do PSD, Paulo Rangel -- depois de em Agosto o PSD ter pedido a demissão do ministro.

Em declarações aos jornalistas, no Parlamento, Paulo Rangel alegou que "o ministro da Administração Interna disse [no debate parlamentar de terça-feira sobre segurança] que a responsabilidade não era do Governo, não era do ministro, não era das forças de segurança -- a haver alguma responsabilidade seria da oposição".

Ainda de acordo com Paulo Rangel, o ministro Rui Pereira queixou-se de "atrasos na aprovação" da Lei Orgânica da GNR para justificar um atraso na transferência de polícias para o terreno, "o que significa que estava a referir-se ao senhor Presidente da República" [que vetou a primeira versão da lei em Agosto de 2007].

"É inaceitável que alguém venha justificar falhas na sua governação com o exercício legítimo -- eu diria até obrigatório -- de poderes por parte de um órgão de soberania", considerou o líder parlamentar do PSD.

"É uma estratégia, no fundo, de passa-culpas", afirmou.

Além disso, Paulo Rangel argumentou que "a transferência de 4.800 polícias de serviços administrativos para o terreno podia ser feita sem a Lei Orgânica da GNR, podia ter sido feita antes disso".

O líder parlamentar do PSD reagiu assim às declarações do ministro Rui Pereira feitas no debate parlamentar de terça-feira, em que justificou o atraso na transferência de polícias para o terreno com o processo legislativo da Lei Orgânica da GNR.

As declarações de Rui Pereira motivaram na quarta-feira um comunicado do Presidente da República, Cavaco Silva, e dois comunicados do ministro negando ter-se referido ao Presidente ou ao veto que obrigou a uma segunda versão da lei.

IEL.

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