PSD critica passividade do Governo e reclama "um sinal de autoridade"
O vice-presidente da bancada do PSD Montalvão Machado criticou hoje os sinais de "profunda passividade" do Governo relativamente aos recentes fenómenos de criminalidade, reclamando "um sinal de autoridade" por parte do executivo.
"O Governo não tem feito tudo quanto baste. A percepção de insegurança que está a criar-se na população deriva da atitude de menosprezo do Governo", afirmou Montalvão Machado, em declarações à Lusa.
Recordando a invasão de uma propriedade em Silves onde se cultivava milho transgénico, Montalvão Machado apontou o caso como o primeiro sinal de "desvalorização" dado pelo Governo.
"Houve uma atitude violadora da propriedade, mas o Governo limitou-se a dizer que não se passou nada de especial, deu um sinal para as próprias forças de segurança de desvalorização do que é ilícito", sublinhou.
Mais recentemente, acrescentou, no caso da morte de um empresário da noite do Porto "a Polícia Judiciária revelou uma atitude de total passividade".
"Todas estas situações geram uma percepção de insegurança na população", insistiu Montalvão Machado, recusando, contudo, relacionar qualquer uma destas situações com uma falta de qualidade das forças policiais.
"Não aconteceram pela pouca qualidade das forças policiais, mas pela falta de um sinal de autoridade do Governo", salientou, reiterando as críticas aos "sinais de profunda passividade e tolerância do Governo".
Hoje ao início da tarde, no final da reunião semanal do Conselho de Ministros, o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, disse ter "confiança absoluta" na resposta das forças e serviços de segurança face aos recentes fenómenos de criminalidade grave ocorridos em Portugal, considerando que a situação no país está "dominada".
"A actual situação é dominada pelas forças e pelos serviços de segurança. A criminalidade desceu no primeiro semestre deste ano, mas o Governo acompanha com toda a atenção, solidariedade com as vítimas e condenação veemente dos criminosos os recentes crimes graves e violentos", afirmou.