Quercus contra três autoestradas paralelas no litoral/centro
Aveiro, 14Nov (Lusa) - A Quercus considerou hoje desnecessária parte da A32 (Coimbra/Oliveira de Azeméis), no troço previsto de Albergaria-a-Velha para Norte, por existirem já duas autoestradas paralelas, a A1 e a A29.
No âmbito do processo de consulta pública do projecto do IC2 (Coimbra/Oliveira de Azeméis), que esteve em discussão pública, o Núcleo Regional de Aveiro da Quercus emitiu hoje um parecer relativo ao troço entre Anadia e Oliveira de Azeméis, em que lamenta que "não seja considerada a possibilidade de, pura e simplesmente, não construir a autoestrada".
"De uma forma global, tendo em conta a densidade e proximidade de várias autoestradas na região lamenta-se que o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) não tenha considerado, pelo menos em alguns dos troços em avaliação, a opção pela alternativa zero (não construção da via), com ou sem melhoramento de vias secundárias ou construção de variantes", critica a Quercus no parecer que enviou à Agência Portuguesa do Ambiente.
Se, em relação ao restante trajecto da A32, a Quercus admite alguns dos traçados propostos mas adoptando a posição de princípio de que deve aproveitar os corredores de infraestruturas já existentes, quanto à construção a Norte de Albergaria-a-Velha é radicalmente contra qualquer percurso proposto.
"Não se afigura que a construção desta autoestrada seja necessária, face aos impactes ambientais em causa nos atravessamentos das áreas urbanas, cujos efeitos são de difícil minimização, à enorme fragmentação do território, tendo em conta que nessa área existem duas autoestradas (A1 e A29) que se desenvolvem paralelamente a escassas centenas de metros entre si, e à existência da EN224 que liga o nó de Estarreja da A29 e A1 ao IC2 em Oliveira de Azeméis, fornecendo uma excelente ligação entre as AE do litoral e o interior", refere o parecer.
Para a Quercus, a construção de uma nova via em perfil de autoestrada na região terá, independentemente das alternativas, enormes impactes ambientais e sociais.
"Tendo no passado recente sido cometido o erro de, entre Estarreja e Angeja, se ter permitido a construção da A29 em vez da duplicação ou aumento de capacidade da A1, espera-se que não se volte agora a cometer novo erro ao aprovar a construção de nova autoestrada a escassas centenas de metros a Nascente da A1 e A29", sustentam os ambientalistas.
MSO.
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