Foto: Miguel A. Lopes - Lusa
Em entrevista à RTP3, o presidente do Observatório de Segurança Interna, Luís Fernandes, começou por sublinhar, este sábado, que "as manifestações são o exercício de um direito cívico", vendo "com bons olhos" quer a marcha contra a xenofobia e o racismo, quer a vigília "pela autoridade" promovida pelo Chega. Apontou, em seguida, "uma grande confusão" entre a operação policial de dezembro no Martim Moniz e "outras questões sociológicas".
"Nesse sentido, não extravasaram qualquer elemento técnico que devia ser observado. Cumpriram com as boas práticas", reforçou.
"A confusão que eu tenho que identificar aqui é um aproveitamento - e tenho que dizer que há um aproveitamento político - das várias fações, que puxam uma discussão para uma atividade policial que não tem nada a ver com o que pretendem incluir", propugnou Luís Fernandes.
"Eu não sou porta-voz da polícia. Não tenho aqui a obrigação de defesa da polícia, mas creio que toda a gente consegue perceber uma coisa: racismo e xenofobia não podem ser caracterizados e ligados a uma operação policial e à tática e à técnica dessa operação policial, sob pena de destruirmos tudo o que é o trabalho policial".
"Não podemos vincular que a sociedade portuguesa é racista e xenófoba só por si, porque isso significa, em primeiro ponto, identificar mal o problema e, dessa forma, não teremos soluções para o problema", advogou adiante o presidente do Observatório de Segurança Interna.