Registo Oncológico. Mais de 60 mil novos casos de cancro em 2022 com maior incidência em homens

Os casos de cancros da mama, colorretal, próstata e pulmão foram os mais frequentes em 2022, de acordo com o Registo Oncológico Nacional.

Carlos Santos Neves - RTP /
José Pinto Dias - RTP

Em 2022, Portugal teve registo de 60.954 novos casos de cancro, número que se traduz numa taxa de incidência de 579,6 casos por 100 mil habitantes. Os dados do Registo Oncológico Nacional (RON), conhecidos esta segunda-feira, mostram ainda que os cancros da mama, colorretal, próstata e pulmão foram os mais frequentes. A incidência foi mais pronunciada entre os homens.

“Os resultados, que incluem todos os casos registados até 30 de setembro de 2025 e a informação de mortalidade do Instituto Nacional de Estatística, mostram que, após as alterações provocadas pela pandemia de covid-19, a incidência em 2022 diminuiu e aproximou-se dos valores observados em 2019", observa Maria José Bento, coordenadora do RON e diretora do Serviço de Epidemiologia do Instituto Português do Porto, em nota desta entidade enviada às redações.

"Mantiveram, no entanto, uma tendência crescente o cancro do cólon e o melanoma maligno em ambos os sexos, bem como os cancros do reto e do rim nos homens”, acrescenta a responsável.Entre os homens, a incidêndia foi de 658,3 casos por 100 mil habitantes, enquanto que nas mulheres foi de 507,7 por 100 mil. Perto de 75 por cento dos diagnósticos ocorreram em pessoas com idades superiores a 60 anos.

Os cancros mais frequentemente diagnosticados, no ano coberto pelo RON, foram os da mama, colorretal, próstata, pulmão e pele não-melanoma.

O grupo dos 80 aos 84 anos de idade apresentou a taxa de incidência mais elevada: 1.645 casos por 100 mil habitantes.Entre os homens, o cancro da próstata foi o mais frequente. Nas mulheres foi o cancro da mama.


"As taxas de incidência padronizadas mais altas registaram-se nos distritos do Porto, Braga e Lisboa, bem como na Região Autónoma da Madeira, mantendo-se o Norte e a Madeira como as regiões com maior carga oncológica", estabelece o Registo Oncológico.
Sara Araújo de Almeida - Antena 1

O RON tem por base uma plataforma única eletrónica que visa a recolha e a análise de dados de todos os doentes oncológicos diagnosticados e ou tratados em Portugal continental e nas regiões autónomas da Madeira e Açores.

O registo abrange todos os tumores na população residente em Portugal e permite a monitorização da atividade das instituições, da efetividade dos rastreios e das terapêuticas, da vigilância epidemiológica, da investigação. Em articulação com o Infarmed, é avaliada a efetividade de medicamentos e dispositivos médicos.

c/ Lusa
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