Renovação e 90% de frota de energia limpa são objetivos da Carris até 2028

A renovação e a requalificação da frota rodoviária e o marco de 90% da frota movida a energia limpa são objetivos da Carris até 2028, revelou o presidente da transportadora lisboeta, referindo investimentos superiores a 200 milhões de euros.

Lusa /
A Carris está em transformação Miguel A. Lopes - Lusa

"Nós temos um plano ambicioso, com o horizonte 2028, que tem como mote a mobilidade inteligente do futuro. Tem dois pilares: melhoria da eficiência e qualidade do serviço por um lado, sustentabilidade pelo outro", disse, em entrevista à Lusa, o presidente da administração da empresa, Pedro de Brito Bogas.

O responsável adiantou que a renovação e a requalificação da frota "já estão a ser levadas a cabo", dando conta que nos últimos dois anos foram investidos "quase 70 milhões de euros na renovação da frota".

"Mas temos previsto um investimento de mais de 200 milhões de euros até 2028, com a aquisição de quase 500 autocarros, autocarros a energias limpas, mais de 300 autocarros elétricos. Com isso chegaremos a 2028 com 90% da nossa frota (movida) a energias limpas", revelou.

Hoje, "aproximadamente já 50% da frota é a energias limpas".

Pedro Bogas revelou também "uma nova mudança de paradigma da Carris", que vai passar por "novos empreendimentos", já que, segundo o responsável, na cidade de Lisboa não é construída uma nova linha de elétrico desde 1958.

Novidades nos elétricos

"Houve alguns investimentos nos elétricos dos anos 90, com a chegada dos novos elétricos rápidos, e agora recentemente com estes 15 elétricos que adquirimos, mas foi só investimento em material circulante. Pareceu-nos que era importante, relevante, retomar o investimento na rede e podermos ampliar a rede de elétricos rápidos", salientou.

Os elétricos, acrescentou, permitem "maior conforto, melhor velocidade comercial", porque são em via dedicada, e também se enquadram nos objetivos de maior sustentabilidade, por serem elétricos.

O presidente da Carris lembrou o recente anúncio da nova linha do elétrico 16E, entre o Terreiro do Paço e o Parque Tejo, "uma linha com 12 quilómetros de via totalmente dedicada e que vai ter 18 paragens aproximadamente, e uma excelente velocidade comercial", prevendo-se o tempo estimado de viagem de 22 minutos, contra os atuais 42.

O elétrico 16 E integra-se no desenvolvimento do projeto designado Linha Intermodal Sustentável (LIOS), sem data prevista de conclusão.

Com esta ligação, destacou, será possível ter o arco ribeirinho desde o Parque Tejo até Algés (já em Oeiras) todo ligado. Há também uma proposta em análise para um elétrico rápido em Oeiras, para ir até ao Jamor.

Projeto Cidade Carris

Entre os planos para o futuro está também o projeto Cidade Carris, para nascer nas instalações da empresa em Santo Amaro, Alcântara, onde se encontra todo o serviço de elétricos e o museu, localizado no Palácio dos Condes da Ponte, que será alvo de recuperação.

"Está em desenvolvimento um projeto de renovação e ampliação do espaço e do parque material e oficinas, além de um edifício totalmente dedicado à Central de Comando de Tráfego, que tem sido sempre provisória", explicou.

Pedro Bogas disse ainda que a ideia é que a Cidade Carris possa congregar todas as "startups" da mobilidade e ter um centro de inovação na área da mobilidade.

A Carris está sob gestão da Câmara Municipal de Lisboa desde 2017.

De acordo com dados da transportadora, em 2024, faziam parte do seu universo 777 autocarros, 64 elétricos, três ascensores e um elevador, e 1.823 tripulantes - motoristas e guarda-freio, num total de 2.505 trabalhadores da empresa.

 

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